No Iguatemi, grifes internacionais puxam ocupação e vendas
Com novas lojas da Gucci, Zara e Tiffany &Co, taxa de ocupação já se aproxima do guidance da companhia, de 95% ao fim de 2023
Raquel Brandão
Repórter Exame IN
Publicado em 7 de novembro de 2023 às 21:08.
Última atualização em 27 de dezembro de 2023 às 17:36.
Com avanço das vendas e um aumento na taxa de ocupação dos seus shoppings, puxada principalmente por grifes internacionais, o grupo Iguatemi encerrou o terceiro trimestre com receita líquida de R$ 302 milhões. O número representa uma alta de 12,3% em relação ao mesmo período do ano passado – em linha com as expectativas de analistas do mercado.
As vendas totais atingiram R$ 4,5 bilhões, aumento de 9,3% em relação ao mesmo período do ano passado, com as vendas em mesmas lojas (aquelas abertas há mais de 12 meses) crescendo 6,3% e em mesmas áreas, 9,3%.
O lucro líquido ajustado avançou 80%, para R$ 101,9 milhões. A métrica exclui despesas financeiras relativas a operações de swap de ações referentes a um programa de recompra da companhia. (Na prática, com a estratégia o Iguatemi está apostando que suas ações vão subir mais que o CDI.)
Um dos destaques do trimestre foi a taxa de ocupação, que chegou a 93,4%, ou 94,1% ao fim de setembro se considerado o fechamento de área vaga -- muito próxima do guidance de 95% sinalizado pela companhia. No segundo trimestre, a empresa anunciou ter fechado 150 contratos, com grande parte passando a ter vigência no trimestre seguinte.
A demanda vem principalmente das grifes internacionais. Com 14 shopping centers, o grupo tem um portfólio mais exposto às classes altas, como o JK Iguatemi e o Iguatemi, em São Paulo.
Entre as inaugurações, estão novas lojas Zara e a Gucci do Iguatemi Porto Alegre. Nos últimos dias, a joalheria americana Tiffany &Co anunciou uma remodelação de sua loja no Iguatemi. Antes na entrada do shopping, a loja da joalheria agora será uma flagship de dois andares – a maior da América Latina.
O chamado leasing spread, que mostra a diferença do aluguel dos novos contratos versus o portfólio médio anterior foi de 4,1%.
“Viemos trabalhando muito na otimização dos ativos, no mix dos nossos shoppings. As grifes internacionais continuam nos procurando para abrir lojas”, conta o CFO, Guido Oliveira.
Segundo ele, o mercado doméstico de luxo continua com crescimento forte, embora em percentuais menores do que os saltos vistos até 2022, por causa da pandemia. Sem poder viajar, a classe alta ficou com mais dinheiro para consumir no próprio país.
A ocupação elevada e o aumento das vendas ajudaram na linha de aluguéis. A receita de aluguel (composta por aluguel mínimo, aluguel percentual e locações temporárias) teve crescimento de 13,1% em relação ao mesmo período de 2022, representando 77,2 % da receita bruta dos shoppings do grupo.
Num mercado aquecido para M&As em shoppings, o Iguatemi também tem aproveitado vê oportunidades para reciclar seu portfólio. “Estamos olhando com carinho isso e estudando. Tudo que apareceu de aquisição para a gente não fez sentido, mas o mercado está bem aquecido.”
Assim como alguns competidores, como a Multiplan, têm anunciado, a Iguatemi também estuda planos de expansão de alguns de seus shoppings, como o Iguatemi Brasília e o Iguatemi de São Paulo, além da revitalização do Market Place, na zona sul paulistana. Os projetos dependem de aprovações regulatórias e devem ser realizados ao longo de 2024.
Enquanto isso, o grupo trabalha com a venda de frações de seu landbank. No terceiro trimestre, a Iguatemi concluiu a venda de mais um terreno no entorno do shopping Iguatemi Rio Preto, que gerou um impacto de R$ 3,3 milhões no seu resultado líquido. O projeto, contará com duas torres: uma residencial e outra comercial.
“Esse adensamento também é salutar para o resultado”, argumenta Oliveira. Em Campinas, a torre comercial Sky Galleria ajudou as vendas do Galleria Shopping crescerem mais de 11% no trimestre.
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Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado