Logo Exame.com
Empresas

Oncoclínicas: Com otimização tributária e receita recorde, lucro mais que triplica

Ganhos de escala ajudam companhia a diluir despesas e impulsionam resultado operacional

Oncoclínicas: receita recorde e quinto trimestre seguido de lucro líquido (Oncoclínicas/Reprodução)
Oncoclínicas: receita recorde e quinto trimestre seguido de lucro líquido (Oncoclínicas/Reprodução)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 13 de novembro de 2023 às 21:43.

Última atualização em 11 de dezembro de 2023 às 18:07.

A Oncoclínicas registrou lucro de R$ 149 milhões no terceiro trimestre deste ano, com alta de 2,6 vezes em relação ao mesmo período do ano passado -- numa combinação de expansão operacional (com receita recorde) e de progresso na solução das ineficiências tributárias que ainda deixam parte do mercado afastado do papel.

Do terceiro trimestre em diante, a empresa passa a operar com alíquotas de imposto de renda mais adequadas para o negócio, garante o CFO, Cristiano Camargo. Essas ineficiências se davam porque ativos adquiridos não eram incorporados à holding, aumentando a carga tributária final da companhia.

“Basicamente estávamos devolvendo em forma de ineficiência tributária quase todo nosso resultado operacional”, argumenta. Ainda há alguns ativos para a “otimização tributária”, mas a maior parte do trabalho já foi feita, de acordo com Camargo – e as novas aquisições já vem dentro do novo desenho societário.

Com a incorporação de subsidiárias, a companhia vem conseguindo aproveitar prejuízos fiscais, o que rendeu uma “alíquota invertida” de Imposto de Renda no trimestre, com crédito de R$ 111,4 milhões. No terceiro trimestre, a empresa pagou uma alíquota próxima de 50% de Imposto de Renda e a expectativa é levá-la a 34% até o fim do ano.

Se o trabalho tributário avançou, o operacional também não ficou para trás. A receita bruta somou R$ 1,5 bilhão, um avanço de 23%. O desempenho é, majoritariamente, resultado do aumento no número de tratamentos prestados aos pacientes, que cresceu 14,4%.

Ao longo dos últimos 12 meses a companhia integrou várias das aquisições, que trazem sinergias. “Ganho de escala com fornecedores também foi um fator, mas a expansão da margem Ebitda [resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização] no período veio muito mais de redução de despesa operacional do que de expansão da margem bruta, embora ela tenha acontecido também.”

No período, a margem bruta chegou a 35,4% e as despesas operacionais recuaram 5,9%. A margem Ebitda alcançou 19,2%, 2,6 pontos percentuais acima da observada no mesmo trimestre do ano anterior.

Se ano passado a empresa vinha numa dinâmica de muita pressão no capital de giro, neste as coisas mudaram. No segundo trimestre, a empresa já tinha conseguido reduzir o prazo médio de recebíveis, mas foi além nos três meses seguintes, passando de 103 dias para 101.

“Na conta de prazo médio de pagamento a fornecedores alongamos de 73 para 80 dias. O resultado é que reduzimos nossos dias líquidos de capital de giro de 43 para 35”, diz Camargo. Com isso, a companhia encerrou o trimestre com fluxo de caixa de R$ 322 milhões.

A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e EBITDA ficou em 3,1x, mas seria de 2,9x não fosse a joint-venture com a Unimed Recife.

Agora, Camargo diz que a companhia está focada em finalizar seus processos de integração das aquisições feitas nos últimos dois anos, mas não descarta aquisições futuras, financiadas via geração de caixa. “Nosso pipeline de expansão é crescente, até por sermos os maiores dedicados à área de oncologia, mas determos só 6,5% de market share.”

No ano, as ações da Oncoclínicas acumulam alta de 78% e são negociadas a R$ 10,29.

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

Continua após a publicidade
Dejà vu: JBS bate (de novo) o consenso, puxada por Seara

Dejà vu: JBS bate (de novo) o consenso, puxada por Seara

Stone bate consenso, com avanço de 20% no TPV e take rate recorde

Stone bate consenso, com avanço de 20% no TPV e take rate recorde