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Franquias

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Varejo

Isabela Rovaroto

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Faturamento do mercado de franquias

No início de fevereiro, o presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF) Tom Moreira Leite anunciou o resultado animador de 2022: pela primeira vez o faturamento do setor superou os 200 bilhões de reais (<a href="https://exame.com/negocios/mercado-de-franquias-cresce-143-em-2022-e-faturamento-supera-r-211-bilhoes/" target="_blank" rel="noopener">211,4 bilhões de reais para ser mais precisa</a>), um crescimento de 14,3% na comparação com o ano anterior.
O resultado impressiona, mas não surpreende, já que o mercado de franquias só encolheu em 2020, no auge da pandemia. De lá para cá, o setor tem crescido dois dígitos – um ritmo bem mais aquecido que o normal para a economia brasileira.
<blockquote>''Se observarmos períodos de crise anteriores, como 2008 ou 2014, o franchising sempre se recuperou de maneira mais veloz do que a própria atividade econômica’’, diz Tom Moreira Leite.</blockquote>
Para 2023, a ABF projeta um crescimento entre 9,5% e 12%. A faixa definida levou em conta as incertezas no ar no começo do ano: novo governo, Selic em 13,75% e inflação ainda longe de estar 100% controlada foram alguns pontos relevantes na ocasião.
Hoje, o panorama está mais claro para o Brasil e para o franchising. <a href="https://exame.com/negocios/franquias-crescem-172-no-primeiro-trimestre-e-receita-supera-r-50-bilhoes/" target="_blank" rel="noopener">Com crescimento de 17,2%</a>, o mercado de franquias faturou mais de 50 bilhões de reais no primeiro trimestre, apresentando o melhor resultado da série histórica e acompanhando a <a href="https://exame.com/economia/ipca-inflacao-desacelera-e-fecha-em-023-em-maio/" target="_blank" rel="noopener">desaceleração da inflação</a> e a <a href="https://exame.com/economia/copom-mantem-selic-em-1375-mas-abre-porta-para-queda-na-reuniao-de-agosto/" target="_blank" rel="noopener">sinalização de queda da Selic.</a>
Como explicar o crescimento fora da curva? Para o presidente da ABF, o atual cenário econômica brasileiro ajuda na preservação do poder de compra dos consumidores e nos custos e despesas dos empresários, mas está longe de justificar o desempenho do setor.
Entre os desafios, Moreira Leite citou a Reforma Tributária, em especial as mudanças para o Simples Nacional que atinge boa parte dos franqueados, e linhas de crédito específicas para franqueadoras e franqueados.
A seguir, alguns pontos destacados por especialistas do setor sobre o bom desempenho do mercado de franquias.

Franquias anticíclicas?

É difícil apontar um único fator responsável pelo sucesso do mercado de franquias brasileiro. Mas, entre todos os argumentos que serão apresentados nessa reportagem, um se destaca: a gestão capilarizada.
Em conversas com especialistas da área é um consenso de que a relação entre franqueadora e franqueado é o grande diferencial que permite o ganha-a-ganha do setor.
''Essa relação entre empresários faz com que as transformações na rede se multipliquem de forma rápida. O empresário franqueador implementa as melhorias necessárias no tempo mais curto possível. Já o empresário franqueador busca o melhor retorno sobre seu investimento'', diz Tom Moreira Leite.
O consultor Marcelo Cherto, que atua no mercado de franquias há mais de 30 anos, destaca que, diferente do varejo convencional, todas as unidades no franchising são observadas de perto pelos donos, também chamados de franqueados.
Em resumo, problemas são identificados de forma ágil e assertiva pela liderança presente em cada loja e as soluções são implementados em escala pela franqueadora.
<blockquote>''Repensar processos é muito mais fácil no mercado de franquias do que no varejo tradicional. Muitas vezes os problemas das lojas não chegam ao alto escalão das corporações. Nas franquias, é interessante para todos solucionar problemas de forma ágil'', diz o consultor.</blockquote>
Na pandemia, a capilaridade fez com que o setor se adaptasse de forma rápida ao novo cenário: lojas fechadas e o desenvolvimento de canais digitais, muitas vezes do zero. Nesse processo, a coleta de dados e a automatização  resultou em uma maior eficiência dos negócios.
A <a href="https://exame.com/dossie/negocios/r-500-milhoes-em-45-dias-como-kopenhagen-e-brasil-cacau-se-preparam-para-uma-pascoa-recorde/" target="_blank" rel="noopener">Kopenhagen</a> é o exemplo de uma franquia que se digitalizou rapidamente para conter os estragos da pandemia na Páscoa de 2020. Hoje, todas as lojas contam um sistema que favorece o franqueado quando os clientes realizam uma compra online. Desenvolvido nos últimos anos, os <a href="https://exame.com/dossie/negocios/r-500-milhoes-em-45-dias-como-kopenhagen-e-brasil-cacau-se-preparam-para-uma-pascoa-recorde/#s-a-pascoa-dos-95-anos-da-kopenhagen" target="_blank" rel="noopener">pedidos via canais digitais são direcionados para as lojas mais próximas do cliente</a>. Antes, os pedidos saiam do centro de distribuição.
O bom momento do mercado tem chamado a atenção de fundo de private equity. Axxon, Advent, Vinci Partners e Pátria são alguns fundos que já atuam no mercado e que estão atrelados a grandes franqueadoras.

De empresário para empresário 

A interiorização do mercado de franquias sempre esteve no radar das redes, mas nunca foi colocado em prática com tanta voracidade como na pandemia, diz Cherto.
A pandemia de covid-19 gerou grandes prejuízos sanitários e econômicos, mas também acelerou a interiorização de grandes franqueadoras e a criação de novas redes em novas praças. As franquias mais baratas, também conhecidas como microfranquias, já representam 40% das redes disponíveis no mercado.
Este número cresceu na pandemia, período no qual o mercado atraiu novos investidores que buscavam empreendimentos com investimento inicial mais baixo.
''Na pandemia, o franchising atraiu novos empreendedores. Algumas pessoas viram nas franquias a oportunidade de conseguir renda extra, outras perderam o emprego e apostaram suas fichas no empreendedorismo. Existe ainda o grupo de pessoas que se mudou para o interior, está fora dos grandes centros e não quer voltar, mas quer consumir as mesmas coisas'', diz Cherto.
A Cacau Show foi uma das franquias que aproveitou o atual momento do mercado para crescer com microfranquias. Com o modelo de contêiner, a rede ultrapassou o Boticário e se tornou a franquia com mais unidades do país, <a href="https://exame.com/negocios/quais-sao-as-50-maiores-franquias-do-brasil-veja-ranking/" target="_blank" rel="noopener">com 3.763 pontos e crescimento de 33,1% em relação ao ano anterior.</a>

Novos modelos, praças e investidores

Mania de Churrasco do Park Shopping em São Caetano

Mania de Churrasco BUFFET E PIZZA_ParkShopping São Caetano (2)

Churrasco

Alimentação

Na disputa entre fast food e casual dining, o Mania de Churrasco se posiciona como um intermediário. Criado em 2001, o restaurante conhecido pela variedade de cortes de carne e acompanhamentos, tem ticket médio de 57 reais. A rede se tornou franquia em 2012 e terminou o último ano com 100 unidades, sendo 25 próprias. 
Apesar dos impactos da pandemia de covid-19, a rede cresceu nos últimos anos tanto em número de unidades quanto faturamento. Em 2022, a receita recorde foi de 430 milhões de reais, crescimento de 64% em relação ao ano anterior. A meta para esse ano é abrir mais 15 restaurantes, totalizando 115, e gerar faturamento recorde de 550 milhões de reais.
O bom desempenho da rede nos últimos anos está ligado ao crescimento das unidades com salão e a cultura de valorização dos funcionários. Presente em praças de alimentação e com lojas nos principais shoppings da capital paulista, a rede planeja se consolidar em novos estados. A capital mineira Belo Horizonte deve ganhar mais unidades neste ano. 
<blockquote>
“Queremos romper a barreira dos 115 endereços ativos no país. Para isso, planejamos fortalecer a nossa presença em praças onde já estamos bem estabelecidos”, diz o sócio e diretor de expansão e marketing Marcelo Cordovil.
</blockquote>

Os planos para 2023

O negócio não começou com o mesmo modelo de loja que avança pelo Brasil e está presente em seis estados e Distrito Federal. Fundado pelos empreendedores Alessandro Pereira e Jarbas José Gambogi de Souza, em 2001, a primeira loja do Mania de Churrasco foi inaugurada no Shopping Ibirapuera, centro de compras tradicional localizado na zona sul da capital paulista. O restaurante tinha como conceito principal levar comida caseira e churrasco de qualidade para o corre-corre da praça de alimentação. 
Os primeiros restaurantes tinham o conceito Buffet & Pizza, que conta com chef de cozinha e sistema self service, com opções de saladas, pratos quentes e churrasco. O modelo também oferece rodízio de pizzas no horário do happy hour. Ao todo, a rede conta com oito unidades próprias nesse modelo, todas na capital ou na região metropolitana de São Paulo.

Como o Mania de Churrasco foi criado 

Marcelo Cordovil, sócio e diretor de expansão e marketing da rede

Chorizo com batatas rústicas e onion rings da franquia Mania de Churrasco

Mania de Churrasco: unidade de Buffet e Pizza, no Park Shopping em São Caetano.

Mania-de-Churrasco-BUFFET-E-PIZZA_ParkShopping-São-Caetano

Cheese Salada Bacon do Mania de Churrasco

Em 2012, os fundadores e sócios Filliphe Camelo e Luis Yamanishi criaram um novo modelo de negócio, que poderia ser replicado de maneira consistente. A franquia da rede, também com foco em praça de alimentação, reúne pratos com cortes de carnes nobres e acompanhamentos. 
Com investimento a partir de 2,5 milhões de reais, a rede de franquias está em expansão há 11 anos e hoje trabalha com dois modelos: balcão em praças de alimentação e loja com salão — de acordo com o sócio-diretor Marcelo Cordovil. “O modelo de franquias com salão próprio e área kids nasceu para ampliar a experiência dos clientes, especialmente das famílias”, diz o executivo.
O modelo com salão, mais confortáveis e com um brinquedo em formato de labirinto para crianças, tem impulsionado o crescimento da rede nos últimos anos e já representa quase metade das lojas inauguradas nos últimos anos, principalmente fora de São Paulo, onde a rede já estava consolidada. 
A seleção de franqueados é cuidadosa. A rede é composta por 30 franqueados, sendo metade deles multifranqueados do Mania de Churrasco. “Exigimos experiência no mercado de alimentação, queremos franqueados que saibam o que estão fazendo”, diz Cordovil.

Entrada no franchising 

Com as operações concentradas em shoppings, a pandemia exigiu algumas adaptações do Mania de Churrasco. Até março de 2020, a marca não operava delivery.
<blockquote>"O sistema de entregas estava em planejamento e com o fechamento do comércio, em virtude da pandemia, o plano precisou ser acelerado e foi importante para manter o negócio em operação", conta o executivo.</blockquote>
O faturamento caiu para 160 milhões de reais em 2020. No ano seguinte, a rede começou a retomar o crescimento e chegou a 261 milhões, se aproximando do resultado de 2019.
Hoje, 12% do faturamento da rede vem do delivery. Além disso, unidades foram inauguradas em aeroportos e rodovias em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Goiás.

Pandemia e delivery

Com o salão, o número de funcionários por unidade aumentou. Hoje, mais de 2 mil pessoas trabalham no Mania de Churrasco, entre equipes que trabalham nos restaurantes e na franqueadora. 
Como garantir qualidade nos serviços e uma cultura organizacional forte? A rede adotou algumas iniciativas para engajar funcionários. O ‘Encontro Líderes do Churrasco’ é uma convenção que acontece uma vez por ano e reúne lideranças de todos os restaurantes da marca. A última edição realizada em março deste ano, contou com cerca de 700 pessoas, onde foram ministradas palestras e colaboradores e restaurantes são premiados. Entre os prêmios estão viagens e cruzeiros. 
Ao longo do ano, os colaboradores são estimulados a pensar em boas práticas que possam ser adotadas por toda a rede de forma que contribua para a melhora da qualidade e dos resultados de todos. O canal aberto entre colaboradores e gestores trouxe bons resultados. No último ano, ideias para redução de desperdício de comida e avaliação dos clientes no Google e TripAdvisor foram premiadas e adotadas por toda rede. 
Funcionários também podem se tornar sócios. Com o cargo de Sócio-Operador alguns funcionários, que já estão na empresa há algum tempo, se tornam sócios de multifranqueados e passam a liderar a operação de restaurantes dentro dos padrões de qualidade da marca mesmo que o franqueado não esteja presente fisicamente na unidade.

Gestão de pessoas

Novo modelo de loja do Bob's

Bob's

Em 1952 foi inaugurada a primeira unidade da lanchonete <a href="https://exame.com/noticias-sobre/bobs/" target="_blank" rel="noopener">Bob’s</a> em Copacabana, no Rio de Janeiro. Hoje, sete décadas depois, a rede conta com mais de mil pontos de venda e um faturamento bilionário. Em um segmento dominado por concorrentes estrangeiros, o fast food brasileiro busca se diferenciar com inovação no cardápio, nos ambientes e na relação com o cliente.
O Bob's começou a expansão por franquias em 1984. Hoje está entre as <a href="https://exame.com/negocios/quais-sao-as-50-maiores-franquias-do-brasil-veja-ranking/" target="_blank" rel="noopener">20 maiores maiores redes do país</a>, presente em 250 municípios brasileiros. A expectativa é dobrar esse número até 2025. O diretor geral Antonio Detsi explica que a rede é conhecida por apostar em cidades menores e, muitas vezes, apresentar o franchising a novas regiões brasileiras.
<blockquote>"Estamos sempre em busca de oportunidades em cidades a partir de 100 mil habitantes, mas já abrimos unidades em cidades de 80 mil habitantes. Sempre analisamos um conjunto de fatores: renda, população e demanda na região. Assim, conseguimos entrar em cidades menores que nunca tiveram franquias de fast food", diz Detsi.</blockquote>
Outra diferencial do Bob's é permitir que apenas franqueados abram unidades menores, como quiosques. O investimento inicial em uma franquia varia entre 900 mil e 1,5 milhão de reais. Já o investimento em um quiosque é de cerca de 300 mil reais. Entretanto, essa restrição não impede a entrada de novos investidores. Na verdade, Detsi citou a Selic (<a href="https://exame.com/dossie/invest/juros-globais-em-alta-o-papel-da-politica-monetaria-na-pior-crise-financeira-desde-2008/">que está em 13,75%</a>) como um limitador de crédito, mas não o suficiente para estacionar o crescimento da rede. "Muitos franqueados decidiram desembolsar o investimento em novas unidades em vez de alavancarem".
Apesar dos desafios macroeconômicos, o Bob's tem apresentado bons resultados nos últimos anos. Em 2021, apesar da queda no número de unidades, a empresa atingiu o primeiro bilhão. No último ano, a rede voltou a ter mais de mil unidades. Para 2023 a expectativa é turbinar o número de lojas e o faturamento: 120 novas unidades, com investimento de 90 milhões de reais e faturamento de 1,5 bilhão de reais.
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Mais de mil lojas e faturamento bilionário. Como o Bob's chegou aqui?

Fachada da loja no conceito Conecta Bob's 

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Conecta Bob's: espaço de convivência faz clientes ficarem por mais tempo na loja

Bob’s cria lockers e faixa exclusiva no drive thru 

É comum entre as franquias reformular as lojas físicas de tempos em tempos. No Bob's, a atualização do layout das unidades coincidiu com a pandemia. Atualmente, cerca de 15% das unidades já foram convertidas. Para este ano, a meta é atualizar pelo menos metade das unidades.
Lojas claras, iluminadas, com wifi, música, toten de autoatendimento, espaços instagramáveis e arquibancadas para convivência dos clientes: tudo isso faz parte do Conecta Bob's, o novo modelo de loja que tem gerado resultados no faturamento das lojas e na procura por novos negócios.
“O novo modelo busca aproximar dos clientes mais jovens com uma arquitetura moderna, criativa e aconchegante e fazer com que eles permaneçam mais tempo na loja”, diz o executivo.   
<h3>Lockers</h3>
O Bob’s foi pioneiro ao trazer para o Brasil os lockers contactless, que permite a retirada de pedidos sem contato com os funcionários da loja. O pedido pode ser feito aplicativo de delivery Chama o Bob’s. Os lockers podem ficar localizados dentro da loja ou no drive thru, que tem pista exclusiva de carro para esse modelo de take-out. "A solução também se aplica para entregadores de aplicativos, agilizando ainda mais o atendimento", diz o diretor.
Aliás, o modelo de loja com drive thru foi o que mais cresceu na pandemia. Hoje, o modelo representa 14% no faturamento da rede. Para 2023, a expectativa é inaugurar pelo menos mais 20 unidades.

A reformulação das lojas na pandemia 

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<h3>1. Lojas em novas cidades</h3>
O foco de expansão neste ano será capitais e cidades do interior. Indústria e turismo são fatores que justificam a expansão em municípios com menos de 80 mil habitantes.
Um exemplo é a unidade pé na areia que será inaugurada em breve em Morro de São Paulo, na Bahia. O Bob's foi procurado por um investidor e adaptou o negócio para atender o local turístico. "Essa ação tem acontecido em regiões que estão fora dos grandes centros", explica o diretor. No ano passado, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) já apontava o crescimento de franquias em <a href="https://exame.com/negocios/franquias-crescem-fora-do-eixo-rio-sao-paulo-no-primeiro-semestre-mostra-pesquisa/" target="_blank" rel="noopener">cidades do interior ou naquelas que não são capitais.</a>
Muitas unidades serão inauguradas neste ano em pontos não tão convencionais. O Bob's já está mapeando oportunidades em:
<ul>
<li>Postos de gasolina;</li>
<li>Parques aquático;</li>
<li>Boliches;</li>
<li>Rodovias;</li>
<li>Rodoviárias;</li>
<li>Aeroportos;</li>
</ul>
<h3>2. Whatsapp</h3>
Com o objetivo de ampliar e facilitar a experiência do consumidor, o Bob’s começou a oferecer neste ano atendimento pelo WhatsApp, aplicativo com mais de 120 milhões de usuários no Brasil. A assistente virtual já está funcionando e a expectativa é atender em todo país as lojas selecionadas e com delivery. Há outras propostas em fase de finalização, como o pagamento com criptomoedas que deve ser incorporado este ano.
<h3>3. Programa de fidelidade</h3>
Uma das maiores apostas do Bob's dentro da transformação digital é o Bob's Fã, o programa de fidelidade que foi relançado neste ano. Com 7 milhões de usuários cadastrados até o momento, a expectativa é de que os dados fornecidos pelo programa direcionem de forma mais assertiva as ofertas oferecidas ao consumidor.
<div class="quote">" O Bob's Fã permite que eu entenda melhor o comportamento do meu cliente e saiba quais são as ofertas e ocasiões com maior potencial de compra. A expectativa é aumentar a recorrência de compras em 2023 "Antônio Detsi</div>
<h3>4. Inovação no cardápio</h3>
Para ter novidades no cardápio a cada três meses, o Bob's aposta no desenvolvimento de novos produtos e parcerias com outras marcas. 
A atual campanha da rede que traz onze versões de sanduíches com opção de carne bovina, frango e proteína vegetal, além do retorno da maionese de ervas ao cardápio. Desde 2019 o Bob's oferece aos clientes a opção de proteína vegetal da Incrível!.
"O festival Big Bob traz versões do nosso clássico e o grande diferencial dessa campanha é a flexibilidade que nós garantimos ao consumidor. Com as três opções de proteína disponíveis nós conseguimos atender um público maior e mais diverso e com isso a gente abre o mar de possibilidades", diz a gerente de Marketing Anita Cid.
Além disso, a rede lançou neste ano a edição limitada do primeiro Milk Shake com calda de energético.

Para onde caminha o Bob's em 2023?

Apesar do crescimento do mercado de alimentação saudável nos últimos anos, as vendas de fast food vão muito bem no Brasil. No mundo das franquias, o fast food está no segmento de alimentação food service, que cresceu <a href="https://exame.com/negocios/mercado-de-franquias-cresce-143-em-2022-e-faturamento-supera-r-211-bilhoes/" target="_blank" rel="noopener">11,2% no último ano em unidades.</a>
E o Bob's não é a única rede com mais de mil unidades em expansão. O bom momento da rede brasileira de fast food está em linha com os principais concorrentes.
A Arcos Dorados, franquia que opera a marca <a href="https://exame.com/noticias-sobre/mcdonalds/" target="_blank" rel="noopener">McDonald's</a> em 20 países, informou que a empresa faturou cerca de 7 bilhões de reais em 2022, com 1084 restaurantes em funcionamento.
Dos cerca de 50 novos restaurantes previstos para 2023, 90% deles deve ser no modelo com drive thru, o que requer mais funcionários do que em uma operação de shopping, por exemplo. Para isto, são anunciados  110 milhões de dólares investidos na abertura das unidades, investimento em plataforma digital e reformulação dos restaurantes já abertos.
"A pandemia da covid-19 aumentou a importância do delivery, por exemplo, o que já corresponde a 20% do nosso negócio. O modelo drive trhu facilita essa operação", diz Rogério Barreira, presidente da Divisão Brasil da Arcos Dorados em <a href="https://exame.com/esg/4-000-novas-vagas-quando-mcdonalds-cresce-gera-impacto-e-formacao-para-jovens-diz-ceo/" target="_blank" rel="noopener">entrevista exclusiva à EXAME</a>. Além disto, as vendas digitais representam 52% do total. Isto é, compras online, via aplicativo e totem no restaurante.
Já o <a href="https://exame.com/noticias-sobre/burger-king" target="_blank" rel="noopener">Burger King</a>, terminou 2022 com 927 unidades. A Zamp, dona do BK e da Popeyes, registrou o maior faturamento anual de sua história, com receita acima de 3,6 bilhões de reais. O crescimento é de 32,4% em relação ao ano de 2021 e de 27,1% em relação a 2019.

O mercado de fast food no Brasil

Franquia; franquias; franchising; empreendedorismo

Estados Unidos (EUA)

Empreendedorismo

Faturamento mercado de franquias Brasil x Estados Unidos entre 2019 e 2023

franquias-br-eua-2019-2023

O <a href="https://exame.com/negocios/21-franquias-para-empreender-com-saude-beleza-e-bem-estar-a-partir-de-r-40-mil/" target="_blank" rel="noopener">mercado de franquias</a> cresceu (e muito) em 2022. No Brasil, o faturamento superou <a href="https://exame.com/negocios/mercado-de-franquias-cresce-143-em-2022-e-faturamento-supera-r-211-bilhoes/" target="_blank" rel="noopener">211 bilhões de reais</a> e o número total de unidades chegou a 184,3 mil. O crescimento de 13,2% ao ano impressiona investidores, mas ao ser comparado com os números americanos, o bilionário mercado brasileiro mostra que ainda há cifras muito maiores a serem conquistadas.
No último ano, o mercado americano de franquias faturou 825 bilhões de dólares, cerca de 4,2 trilhões de reais. O número de estabelecimentos chegou a 805 mil. Em 2020, no pior momento da pandemia, o faturamento e o número de unidades encolheram, atingindo o patamar mais baixo muitos anos 677 bilhões de dólares e 753 mil unidades. Apesar da queda, a receita para o sucesso no mundo das franquias parece ser americana.
Durante a Convenção da International Franchise Association (IFA) 2023 em Las Vegas, realizada no início de março, as maiores redes de franquias do mundo se reuniram e apresentaram dados do setor, além de compartilharem tendências para este ano. A Associação Brasileira de Franchising (ABF) compartilhou nesta semana os principais pontos destacados por sua comitiva. O presidente da instituição, Tom Moreira Leite, elencou cinco lições e tendências para o franchise em 2023.

Os números  impressionantes do mercado de franquias dos Estados Unidos

O cenário macroeconômico é desafiador. Pela primeira vez em muitos anos, os Estados Unidos lidam com inflação, falta de mão de obra e alta de juros. Nesta semana, o Federal Reserve (Fed) elevou a<a href="https://exame.com/invest/mercados/fed-decisao-fomc-marco-2023/" target="_blank" rel="noopener"> taxa de juros americana para o intervalo entre 4,75% e 5,00%</a>. Esta é a nona alta consecutiva de juros nos EUA.
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O presidente da ABF explica que, com a escala de juros no mundo, os investidores que querem se tornar franqueados estão mais conservadores. Entretanto, os fundos de investimentos estão se interessando cada vez mais pelo mercado de franquias em função do bom desempenho apresentado nos últimos anos, apesar da pandemia.
<blockquote>"O franchising americano reconhece a relevância desses players para fazer com que a jornada das empresas continue em expansão".</blockquote>

1. Novos investimentos de fundos de private equity

Tom Moreira Leite, presidente da ABF durante evento pós IFA 2023

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O debate sobre diversidade e sustentabilidade deve ganhar força entre as franquias em 2023 — pelo menos essa é a vontade expressada pelas instituições associados ao IFA em diversos painéis do evento.
"A preocupação com a agenda de diversidade e sustentabilidade é um reflexo da cobrança cada vez maior da sociedade. As empresas precisam se comprometer com a agenda de impacto positivo e isso deve ser exigido de forma cada vez mais pujante", diz Tom Moreira Leite.
Movimento similar ocorre na B3, que está <a href="https://exame.com/revista-exame/a-diversidade-vai-virar-regra-na-b3/" target="_blank" rel="noopener">adotando medidas mais duras</a> para promover a  inclusão grupos pouco representados, como mulheres, pretos e pardos, pessoas com deficiência e integrantes da comunidade LGBTI+ dentro das empresas de capital aberto listadas na bolsa de valores brasileira.

2. Maior relevância da diversidade e sustentabilidade nas franquias

A digitação das franquias promovida pela pandemia foi só o começo do uso de dados para o monitoramento de usuários. Cada vez mais ferramentas de inteligência artificial estarão acessíveis para franquias e o varejo em geral.
O desenvolvimento de áreas bem estruturadas para análise de métricas, os chamados KPIs, deve ser cada vez mais comum entre as franquias. Um exemplo citado pela ABF foi o <a href="https://exame.com/negocios/madero-reestrutura-divida-e-espera-nova-janela-para-ipo/" target="_blank" rel="noopener">Grupo Madero</a>, que conta com monitoramento em tempo real de dados e um time robusto de analistas de dados.
Em <a href="https://exame.com/negocios/chatgpt-como-a-inteligencia-artificial-vai-transformar-as-franquias-e-melhorar-seus-resultados/" target="_blank" rel="noopener">artigo produzido por Marcelo Cherto</a> para a EXAME, o consultor e sócio-fundador da ABF indica como o ChatGPT, ferramenta de <a href="https://exame.com/negocios/chatgpt-como-pmes-podem-usar-a-tecnologia-e-quais-sao-os-beneficios/" target="_blank" rel="noopener">inteligência artificial</a> que ganhou os holofotes nos últimos meses, pode melhorar a eficiência da operação de uma franquia. Entre os principais feitos estão:
<ul>
<li>Melhorar a eficiência das operações dos pontos de venda;</li>
<li>Reduzir os riscos de furtos;</li>
<li>Aumentar a satisfação dos clientes;</li>
<li>Melhorar a comunicação entre os vários stakeholders;</li>
</ul>

3. Uso intensivo de inteligência de dados

Escolher bons franqueados é crucial para o bom desenvolvimento da rede. Cada vez mais, as redes são incentivadas a exigir mais critérios daqueles que almejam entrar para o mundo das franquias. Mais do que ter o montante do investimento inicial, é crucial saber recrutar, desenvolver e gerir pessoas. É importante que o franqueado tenha autonomia para propor novas soluções e que não seja totalmente dependente da franqueadora, diz o presidente da ABF.
"O processo de seleção de um franqueado deve incluir a capacidade de recrutar, desenvolver e motivar o time, criar relações em seu mercado e com a própria franqueadora", diz Tom Moreira Leite.

4. Novos cuidados com recrutamento e treinamento de pessoas

Como impulsionar o crescimento dos franqueados e atender suas demandas diárias é um desafio para grandes franqueadoras. Um dos pontos destacados na IFA 2023 é a organização de grupos de alta performance para além da criação de grupos regionais.
Ao reunir franqueados que estão no mesmo momento — como novos franqueados, multifranqueados, franqueados com faturamento similar —, a franqueadora consegue atender demandas muito semelhantes de forma mais efetiva e gerar mais interação entre as unidades.
Um case bem sucedido no Brasil citado pela ABF é a Casa do Construtor, que nos últimos anos apostou na criação de grupos de alta performance para impulsionar o crescimento da rede. Além de reunir franqueadores no mesmo estágio e gerar maior contato entre eles, a franqueadora estabelecer metas e premia as franquias mais engajadas.
<blockquote>"Precisamos entender que os grupos de performance de franqueados estão gerando engajamento, colaboração, eficiência nas gestões da rede”, diz presidente da ABF.</blockquote>

Franquias

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