2 de março de 2025 às 05:26
Juliana Sanches não planejava ser empresária. Em 2018, sem emprego e enfrentando uma depressão, encontrou no crochê uma forma de aliviar o peso da rotina. O que começou como um refúgio virou um negócio milionário
Natural de Minas Gerais, Juliana Sanches passou a infância no interior do Pará. Aos 16 anos, conseguiu uma bolsa de estudos e se mudou para a Bahia, onde se formou em administração. Casou-se jovem e conseguiu o primeiro emprego na área, ganhando um salário mínimo
Em 2015, decidiu pedir demissão para estudar para um concurso público. Foi aprovada, mas nunca chamada. Sem renda fixa, começou a vender caricaturas, pães e bolos para complementar o orçamento da casa
A chegada do primeiro filho trouxe um desafio maior: com dificuldades financeiras, a família precisou morar de favor na casa da mãe de Sanches, em uma favela no interior de Goiás. A situação a levou a um quadro de depressão. “Eu me sentia inútil, presa em casa, sem perspectiva".
Em 2018, procurando um presente especial para o filho autista, Sanches descobriu os amigurumis no YouTube. O material era barato e o processo, terapêutico. Ela fez uma raposa de crochê por R$ 20 e decidiu tentar vendê-la por R$ 100 em um grupo do Facebook.
O resultado foi um estalo: se vendesse mais, poderia transformar aquilo em renda. "Passei a produzir bonequinhos para vender online. Dois anos depois, já estava faturando R$ 3 mil por mês apenas com amigurumis", diz a empreendedora
A demanda cresceu tanto que, em 2021, ela lançou seu primeiro curso online no site Caco Amigurumi. Em apenas uma semana, faturou R$ 160 mil. Hoje, os cursos — cada "receita" ensina um boneco diferente e custa em torno de R$ 20 a R$ 40 — tem ticket médio de R$ 600
Agora, o foco é crescer ainda mais. A meta de Juliana é dobrar o faturamento e alcançar R$ 10 milhões até o fim de 2025. “O crochê mudou minha vida. Quero levar essa oportunidade para outras mulheres, dentro e fora do Brasil”, afirma.