14 de abril de 2025 às 16:12
O peso argentino se desvalorizou 8,4% na abertura dos mercados nesta segunda-feira, 14, demonstrou o Banco Nación (estatal), após o anúncio, na sexta, da liberação parcial dos controles cambiários que vigoravam desde 2019.
O peso abriu nesta segunda a 1.190 por dólar, um valor superior à cotação de 1.097 de sexta-feira, segundo o maior banco argentino.
A desvalorização é uma reação à suspensão das restrições de compra de divisas, anunciada pelo governo após conseguir o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI), com um empréstimo de US$ 20 bilhões (R$ 117,4 bilhões, na cotação atual).
A adoção do novo esquema coincide com a visita do secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que se reunirá com o presidente Javier Milei às 15h locais (mesmo horário em Brasília), após o que se espera uma declaração conjunta.
"Não existe mais o dólar oficial, há um dólar único, que é o de mercado", comemorou Milei em declarações à Rádio El Observador, ao lembrar que a eliminação dos controles cambiários foi uma promessa de campanha.
A eliminação do chamado 'cepo', que limitava a 200 dólares mensais (R$ 1.174) a compra de divisas para pessoas físicas, ocorre após semanas de uma crise cambiária, que levou o Banco Central a vender mais de 2 bilhões de dólares (11,7 bilhões de reais) para sustentar a moeda.
O esquema fez o câmbio quintuplicar e impulsionou um mercado paralelo.
A medida anunciada na sexta-feira implica que a cotação da moeda flutuará segundo a oferta e a demanda com um piso de 1.000 pesos por dólar americano e um teto de 1.400 pesos. O Banco Central poderá intervir para manter a cotação entre as duas bandas.
"É preciso baixar um pouco a expectativa deste primeiro dia, estamos preparados, mas será um processo", disse, nesta segunda-feira, Santiago Furiase, membro da diretoria do Banco Central ao canal LN+. Se o peso ficar no teto da banda, isto traz implícita uma depreciação de 30%.