14 de abril de 2025 às 20:47
A maior parte dos trabalhadores brasileiros (56% do total) leva marmita ou lanche para se alimentar no ambiente de trabalho, segundo a pesquisa Panorama da Alimentação no Trabalho, realizada pelo Instituto QualiBest.
Com o retorno ao trabalho presencial e o aumento dos custos de comer fora, as "marmitas gourmet" se tornaram populares entre aqueles que procuram refeições mais sofisticados e que podem ser preparados em casa.
Essa preferência ganhou destaque nas redes sociais, com produtores de conteúdo compartilhando receitas diferenciadas — com o mesmo capricho de restaurantes finos —, elaboradas especialmente para os potinhos de marmita.
Muitas deles vão além da tradicional combinação de arroz com feijão, e dão espaço para ingredientes pouco usados na vida rotineira.
Comprar comida se tornou uma tarefa desafiadora
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), indicador que é a prévia da inflação oficial do Brasil, fechou o mês de março em 0,64%.
Segundo o IBGE, o resultado foi influenciado, principalmente, pelos grupos de Alimentação e bebidas, com alta de 1,09% e impacto de 0,24 p.p. no índice geral.
A alimentação no domicílio subiu 1,25% em março, aceleração de 0,63% frente ao mês de fevereiro. Entre os itens que mais contribuíram para a alta estão o ovo de galinha (19,44%), o tomate (12,57%), o café moído (8,53%) e as frutas (1,96%).
A alimentação fora do domicílio também subiu, de 0,56% em fevereiro para 0,66% em março. A principal contribuição veio da alta nas refeições servidas em restaurantes, que passaram de 0,43% para 0,62%.
Para economizar em meio ao aumento dos preços dos alimentos e à alta da inflação, levar marmitas para o trabalho ou faculdade se tornou uma prática quase indispensável na rotina de muitos brasileiros.
"As despesas com supermercado estão subindo mais que a inflação média. Tudo isso impacta o custo de vida no momento em que as empresas deixam de lado os modelos de trabalho híbrido e home office", comenta André Braz, economista e coordenador de Índices de Preços do FGV
O especialista conta que, para driblar os custos de serviços de alimentação, muitas pessoas também têm recorrido às marmitas para refeições durante o lazer em locais públicos. Mas, essa solução pode ter um custo elevado.
"Levar comida para praias e parques sempre foi costume entre famílias, só ficou mais intenso recentemente. Mesmo que a preparação dos alimentos em casa traga um controle financeiro, essa tática tem um preço, porque houve gasto de dinheiro, de gás de cozinha, eletricidade e tempo"
Outra variável ressaltada por Braz envolve os alimentos escolhidos para as refeições, principalmente as "marmitas gourmet", com pratos refinados semelhantes aos encontrados em restaurantes.
"Esse estilo ganhou impulso com as redes sociais. Essas marmitas continuam sendo opções econômicas, mas o que pode doer nas finanças dos brasileiros é a quantidade das proteínas, como carnes, peixes e ovos, pois ficaram mais caros", explica.
Veja a seguir as recomendações do especialista para economizar ao máximo possível na hora das compras
Não deixe de ir ao supermercado sem uma lista dos itens que pretende levar. Muitas pessoas caem na armadilha de não se organizar.
Além disso, sempre fique atento às promoções entre estabelecimentos concorrentes, pois essa disputa pode mostrar onde é mais vantajoso comprar.
Use a internet para pesquisar onde determinados alimentos estão mais baratos.
Priorize frutas, legumes e hortaliças da estação.
E, por último, dê uma chance aos atacadistas, que geralmente oferecem produtos por preços mais atraentes.