27 de março de 2025 às 11:04
"A transição energética é crucial e não vamos resolver a crise climática sem olhar para isso", disse Rafael Borgheresi, diretor da Future Climate, em entrevista exclusiva à EXAME.
Em um mundo em que 70% das emissões de gases de efeito estufa vêm da energia, a empresa acaba de conquistar um marco histórico dentro do mercado de carbono.
O primeiro projeto de geração de créditos partindo da redução do consumo elétrico na iluminação pública de cidades brasileiras foi certificado Verra, maior certificadora mundial. <br /> <br />
São dois projetos iniciais: em Aracaju e em Feira de Santana (BA). Ao substituir luminárias tradicionais por equipamentos LED, as cidades não apenas melhoram sua eficiência energética como também atual em prol da sustentabilidade e na geração de receita.
A estimativa é que as duas juntas evitem cerca de 9.200 toneladas de CO2 emitidos na atmosfera por ano. Segundo Rafael, a ideia é replicar o modelo e possibilitar que qualquer outro município que tenha a intenção de fazer essa transição possa entrar sob este guarda-chuva. <br /> <br />
Inicialmente, os créditos serão negociados no mercado voluntário, até que as regulamentações avancem após a aprovação do mercado regulado nacional celebrada em novembro de 2024. "Estamos abertos a todas as modalidades", disse Rafael.
Além da economia, há uma modernização da rede elétrica urbana e melhora na iluminação, o que também traz impactos positivos para a população. É o caso do aumento da sensação se segurança nas cidades.
A geração destes créditos é calculada por megawatt-hora de combustíveis fósseis: em 2024, a relação é de aproximadamente 0,32 tonelada de CO2 por megawatt-hora, e o valor flutua conforme o regime de chuvas e a composição da matriz elétrica.
O plano agora é replicar para Campinas (SP), com expectativa de registro e emissão de créditos ainda em dezembro deste ano, contou a Future Climate.