13 de janeiro de 2025 às 10:35
Enquanto boa parte das grandes corporações do Vale do Silício mergulha na onda anti-DEI, a Apple nada contra a corrente ao defender publicamente a manutenção de seus programas de diversidade, desafiando acionistas que pedem o fim das iniciativas de inclusão.
A posição da fabricante do iPhone foi revelada em documento enviado a investidores, onde recomenda que seus acionistas votem contra a proposta de eliminação dos programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I), em assembleia prevista para o próximo dia 25 de fevereiro.
A recomendação confronta uma iniciativa do National Center for Public Policy Research (NCPPR), think tank conservadora que, como acionista da Apple, utilizou seu direito de apresentar propostas para votação na assembleia geral.
O grupo, conhecido por pressionar grandes empresas americanas contra políticas progressistas, argumenta que os programas DE&I expõem a companhia a riscos legais e financeiros após a decisão da Suprema Corte contra ações afirmativas em 2023.
A posição da fabricante do iPhone surge poucos dias após a Meta, dona do Facebook e Instagram, anunciar o encerramento de seus programas de diversidade, justificando as decisões justamente por "mudanças no cenário legal e político".
Numa defesa mais profunda de seus programas de diversidade, a Apple reafirmou seu compromisso como "empregadora de oportunidades iguais que não discrimina em recrutamento, contratação, treinamento ou promoção em qualquer base protegida por lei.
Contudo, a divergência entre Apple e Meta representa mais que uma simples discordância sobre políticas internas , e expõe dois caminhos distintos de resposta à crescente pressão conservadora.
O resultado da votação de 25 de fevereiro na assembleia da Apple poderá indicar não somente o futuro dos programas DE&I na companhia, como também a força da resistência corporativa ao movimento anti-woke que avança nos Estados Unidos e em outras economias.