13 de abril de 2025 às 15:15
Após vencer o leilão de saneamento do Pará, realizado na sexta-feira (11), a Aegea, segunda maior em seu segmento, amplia o domínio no cenário nacional, consolidando sua presença estratégica no Norte do país.
Na solenidade de conclusão do leilão, Renato Medicis, vice-presidente regional da empresa, afirmou que a companhia espera, além de "contribuir com a inclusão sanitária no Brasil, levar também dignidade aos moradores do Pará.
"Já atuamos em duas cidades no Pará, Barcarena e Novo Progresso, e agora vamos poder ampliar, olhando sempre a questão da vulnerabilidade", completou Medicis.
Contudo, ao levar a concessão no estado, a Aegea agora precisará enfrentar questões sobre os prazos de implementação e a capacidade de transformação da precária infraestrutura hídrica paraense - com olhares atentos e cobranças adicionais em função dos holofotes voltados a COP30.
Teresa Vernaglia, conselheira da Iguá Saneamento e da Marquise, aponta que as dimensões geográficas do estado, combinadas com a dispersão populacional, exigem investimentos robustos para viabilizar a universalização dos serviços.
Em entrevista para EXAME, a executiva, que por cerca de seis anos liderou a BRK Ambiental e é uma das maiores especialistas no tema, explicou as particularidades de concorrências como esta atualmente e o provável horizonte pós leilão.
A trajetória vitoriosa da Aegea no setor não é coincidência. Após conquistar os 224 municípios do Piauí em outubro de 2024, com investimentos previstos de R$ 8,6 bilhões, a empresa agora expande sua presença para 766 cidades em 15 estados brasileiros.
O processo de concessão representa apenas o primeiro passo de uma transformação estrutural que se estenderá pelas próximas décadas. Ainda que as melhorias não sejam perceptíveis durante a COP30, o compromisso firmado estabelece metas progressivas que deverão modificar Belém.