21 de fevereiro de 2025 às 14:20
O governo chinês deu sinal verde este ano para a construção da mega-hidrelétrica de Motuo, no Tibete, com potência instalada de 60.000 megawatts (MW).
A quantia é mais de quatro vezes a capacidade de Itaipu e quase três vezes a potência de Três Gargantas – a atual maior hidrelétrica do mundo.
O projeto aproveita um trecho de 50 km do rio Yarlung Tsangpo que concentra uma queda de 2 mil metros de altitude e forma o maior cânion do mundo.
Responsável por fornecer água, energia e alimentos para cerca de 130 milhões de pessoas, o rio está sob grande pressão pelo crescimento populacional e impactos das mudanças climáticas.
O conflito relativo aos recursos hídricos compartilhados nessa bacia pode se intensificar com a construção da nova hidrelétrica.
A previsão é que a usina produza 300 terawatts-hora (TWh) por ano, o que equivale a 70% da produção de todas as hidrelétricas do Brasil.
Além disso, a inundação decorrente da formação desse reservatório pode resultar no deslocamento compulsório de populações e impactar áreas importantes do patrimônio cultural tibetano.