Economia

Reforma tributária exige que pequenas empresas repensem fluxo de caixa e formação de preços

Clara Assunção

15 de abril de 2025 às 11:10

Exame/YouTube/Reprodução

A reforma tributária trará impactos significativos para a gestão das micro e pequenas empresas, exigindo uma revisão do fluxo de caixa e da formação de preços, adverte Charles Gularte, contador e Chief Services Officer (CSO) da Contabilizei, startup de contabilidade

joelfotos/Pixabay/Divulgação

Em entrevista ao programa Macro em Pauta da EXAME, o especialista aponta que embora a reforma tenha como objetivo simplificar o sistema e ampliar a base de contribuição, a mudança na forma de recolhimento de impostos afetará diretamente os pequenos negócios

"As micro e pequenas empresas vão precisar olhar mais para a gestão financeira. Na formação de preço, historicamente elas o formam olhando mais o preço do mercado do que de fato a composição do custo e impacto. Mas a reforma vai exigir uma adaptação importante", afirma Gularte

Marcello Casal Jr./Agência Brasil/

Esse impacto no fluxo de caixa acontece por conta da criação do modelo de split payment – de desconto automático de impostos sobre o consumo à União, estados e municípios. O mecanismo vai modificar a dinâmica para aquelas que fazem transações financeiras via cartões, PIX e boleto

Marcello Casal/Agência Brasil

Atualmente, os empresários recebem o valor das vendas e fazem o pagamento dos impostos no mês seguinte. Mas, com a reforma, o imposto será debitado no momento da transação financeira, reduzindo o montante que entra no caixa das empresas

"A falta de planejamento pode comprometer o pagamento de fornecedores, contas básicas e até salários", diz a Contabilizei. "A pequena empresa vai precisar rever como administra seus recebimentos para garantir que haja recursos suficientes para cobrir os custos operacionais."

Reforma tributária exige que pequenas empresas repensem fluxo de caixa e formação de preços