Educação não é um assunto exatamente novo. Desde os tempos primitivos, se buscava orientar as crianças a se tornarem bons membros de sua tribo ou bando. Desde pequenos, já aprendiam observando e realizando tarefas básicas. Seus professores não eram estranhos, mas membros da sua própria comunidade.
No Brasil, a educação como a conhecemos hoje tem sua origem cerca de 50 anos após o descobrimento, com a chegada da Companhia de Jesus em 1549. Movidos não só pela vontade de propagar a fé cristã, os jesuítas foram, durante quase 200 anos, praticamente os únicos educadores do Brasil. No Examinando de hoje nós te explicamos o processo de evolução da educação e as previsões sobre como ela será no futuro.
Foi só em 1808, com a mudança da sede do Reino de Portugal e a vinda da família Real para o Brasil, que a educação e a cultura tomaram um novo impulso. Foi nessa época que surgiram as primeiras instituições culturais e científicas, de ensino técnico e os primeiros cursos superiores, como os de medicina nos estados do Rio de Janeiro e da Bahia. Nesse período, a educação era direcionada para suprir as necessidades imediatas da corte portuguesa no país. Aulas e cursos até foram criados, em diversos setores, mas com o objetivo único de preencher demandas imediatas de formação profissional.
As coisas começaram a evoluir mais rápido a partir de 1827, com a primeira lei que tratava exclusivamente de educação e previa escola em todas as cidades do País. Mas para onde será que caminhava a educação no Brasil? Como chegamos onde estamos? Para onde estamos indo? Após o mundo passar por uma pandemia, estamos todos nos perguntando: qual será o futuro da educação?
A história do nosso ensino superior dá algumas pistas: até a década de 1930, o sistema de ensino no Brasil era muito reduzido e não contava com nenhuma Universidade. Foi só a partir de sucessivas reformas institucionais, junto ao desenvolvimento econômico e as transformações urbanas e sociais experimentadas pela sociedade brasileira, que o sistema educacional viu seu rápido crescimento.
Daí por diante muita coisa mudou, mas a estrutura permanecia praticamente a mesma. Mudou-se a denominação de primeiro e segundo graus para Ensino Fundamental e Ensino Médio, por exemplo. O currículo sofreu poucas e pequenas variações. A transformação ficou por conta do ensino superior. O ensino técnico e profissionalizante foi criado e continuou ganhando força. Cursos universitários, que antes se limitavam a poucas possibilidades, hoje oferecem, apenas no estado de São Paulo, 837 opções.
Demoramos trezentos anos até evoluirmos nosso primeiro sistema de ensino, e depois mais 100 para chegar próximo a como é hoje. Foram milhares de anos entre nosso ancestral das cavernas e a invenção do carro, mas apenas 100 para criar e multiplicar a capacidade de um computador enquanto, ao mesmo tempo, diminuíamos consideravelmente seu tamanho.
Da mesma forma, há 100 anos existiam pouquíssimas possibilidades de formação profissional, hoje existem milhares, e a cada dia, surgem muitas mais. De piloto de avião a especialista em mídias sociais, a cada nova invenção da humanidade, mais numerosas são as possibilidades de formação.
A tecnologia é uma parte do processo, mas ele vai muito além. Afinal, ambientes virtuais de aprendizagem, videoaulas, videoconferências e bibliotecas virtuais já passaram a fazer parte de uma grande parte dos estudantes durante a pandemia do coronavírus. O futuro trará ainda mais; realidade aumentada e virtual, jogos interativos online, entre outros recursos. Isso para não mencionar o uso da ciência de dados na avaliação dos alunos e para o incremento dos sistemas de aprendizagem.
Segundo uma pesquisa de uma empresa americana que reúne informações sobre educação, a maioria dos educadores acredita que as salas de aula do futuro serão centradas no aprendizado personalizado e em ritmo individual. 98% acredita que vídeos interativos, com o conteúdo mudando de acordo com o comportamento do usuário, desenvolverão um importante papel na educação do futuro.
Enquanto isso, sabemos que a tecnologia ainda não é acessível a todos, nem da mesma forma. Essa é mais uma batalha que a humanidade ainda precisa vencer. Mas a maior transformação que a educação do futuro nos reserva, está na mudança de paradigma. Ao invés de incentivar nos alunos a motivação por uma nota, um dez ou um A, a educação do futuro irá motivar os aprendizes através do interesse pelo conhecimento em si.
Especialistas em educação prevêem que as salas de aula do século passado em breve serão esquecidas, e o que vem por aí é um processo de aprendizagem muito mais individualizado. Sem a rigidez de horários e salas de aula fixas. As pessoas poderão aprender no seu próprio ritmo e criar sua própria trajetória baseada em seus interesses e oportunidades.
Adultos de sucesso têm cada vez mais em seus currículos o desenvolvimento habilidades comportamentais, também conhecidas como soft skills, e a tendência é que isso aumente ainda mais. Empreendedorismo, agilidade, adaptalidade, pensamento crítico, comunicação eficaz, iniciativa, curiosidade e imaginação estarão cada vez mais em alta. E cada vez irão contar mais do que apenas um histórico escolar bonito.
O futuro da educação aponta para o desenvolvimento das pessoas tanto em atitudes e comportamentos quanto em conhecimento técnico e individualizado. Sai na frente quem estiver ligado à importância de desenvolver aptidões mentais, emocionais e sociais. Afinal, além de conhecimento técnico é fundamental também saber como se relacionar consigo mesmo, com as outras pessoas e com o mundo.