“O Magazine Luiza não tem medo do novo”, diz Luiza Helena Trajano ao Limonada, da Oficina Reserva

Uma das dez participantes da nova temporada do programa, empresária fala sobre o início de sua trajetória e dos maiores erros e acertos como gestora

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Publicado em 1 de fevereiro de 2024 às 12h00.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2024 às 14h26.

Luiza Helena Trajano é uma empreendedora? Sobrinha da fundadora do Magazine Luiza, que ajudou a modernizar e a transformar em um gigante que faturou R$ 60 bilhões em 2022, ela se enxerga mais como uma gestora. “Empreendedor é aquele que busca a solução”, disse ela ao programa Limonada, da Oficina Reserva, cuja nova temporada foi produzida em parceria com a EXAME. “Já eu sou mais gestora. Todo mundo precisa entender se é mais gestor do que empreendedor ou mais empreendedor do que gestor. Do contrário você não pede ajuda. Eu não teria feito o que a minha tia fez: comprar sem dinheiro uma loja e trabalhar dia e noite. Mas ela precisou de alguém que a ajudasse a estruturar o negócio, a ter gestão.”

Limonada: uma série de entrevistas

O Limonada surgiu como uma série de podcasts. Bernardinho, Luciano Huck e Eduardo Mufarej, do RenovaBR, foram algumas das personalidades que participaram da primeira temporada. Reformulado, o programa passou a trazer uma série de entrevistas exclusivas com empreendedores brasileiros, com o objetivo de dar o devido destaque àqueles que são “construtores de soluções” e “transformadores de limões em limonadas”.

Essas duas descrições fazem parte do manifesto da marca que o grupo Reserva lançou em 2018, a Oficina Reserva. A grife, cuja razão de ser é vestir e dar voz a empreendedores do tipo, é conhecida pelas peças sem estampas ou símbolos e pela evidente aposta no minimalismo. A Oficina Reserva é voltada, explica o manifesto, “para gente que vai lá e faz”.

Quem apresenta a nova temporada do Limonada é Ivan Padilla, editor de Casual da EXAME. Além de Luiza Helena Trajano, uma das mulheres mais ricas do país, ele conversou com Alex Atala, Edu Lyra, João Adibe, Camila Farani, Dilma Campos, Fernanda Ribeiro, Diogo Roberte, Gustavo Cerbasi e Facundo Guerra. Todas as entrevistas foram gravadas em vídeo e podem ser assistidas, na íntegra, gratuitamente.

Uma aula de empatia Em seu episódio, Luiza Helena Trajano contou que começou a trabalhar no Magalu quando tinha 12 anos de idade — calma, só durante as férias. Isso porque ela queria comprar presentes. “Então vai trabalhar”, disse-lhe a mãe. “Foi muito legal”, afirmou a empresária, que hoje preside o conselho de administração da companhia. “Todos os meus primos, depois meus filhos e até minha neta foram trabalhar lá em dezembro.”

Ela começou a dar expediente de fato na empresa só aos 17 anos. “Comecei no balcão de vendas, onde aprendi o que é empatia, algo fundamental no varejo”, recordou. “É trocar de papel com o outro, mas se colocando no mundo do outro. Você entra em contato com clientes muito simples, por exemplo, e que não sabem muito como comprar. E você precisa saber ajudá-los.”

“Vivo acertando e errando” Depois de passar por diversas áreas, da cobrança à gerência, das vendas à direção comercial, Luiza Helena assumiu o comando do Magalu em 1991. “Não tenho muito compromisso com acertos”, admitiu a Padilla. “Vou fazendo. E se eu errar, pego outro caminho. Então vivo acertando e errando. Não tem jeito, você não pode ensinar um filho a não errar. Você tem de ensiná-lo a ‘redirecionar o erro’ rapidamente. Eu não sofro muito porque não tenho o compromisso de acertar em tudo. Treinei-me para dar o melhor de mim em cada momento, seja ele qual for. Ok, acho que erramos ao comprar muitas empresas de um certo tipo, e poucas de outro — não que todas não estejam bem.”

Qual foi o maior acerto dela como empresária? Ela respondeu a essa pergunta da seguinte maneira: “Manter a cabeça aberta para o novo. O Magazine Luiza não tem medo do novo, e isso vem da minha tia. Quando ela comprou uma antiga lojinha, chamada Cristaleira, só tinha dinheiro para pagar a primeira prestação. Daí ela fez um concurso na única rádio da cidade para o povo escolher o nome, o que só foi possível porque minha tia já era conhecida. Nossa família gosta de se arriscar e do novo. Viver sob os louros de vitórias passadas não é comigo. Vamos celebrar as conquistas? Vamos. Mas bola para frente”.

Trajano, por sinal, disse que não dá muita bola para riscos. Instada a apontar sua maior qualidade como empreendedora e gestora, disse o seguinte: “Acho que é o carisma e a capacidade de falar a verdade. Quando optei por ser eu mesma as pessoas passaram a me olhar de outra forma, sabendo que eu estou falando a verdade. Destaco também a minha capacidade de buscar aprender com tudo. E detesto diagnósticos — de que adianta só dizer que algo está ruim? Prefiro fazer acontecer e tenho muita capacidade de colocar ideias em prática”.

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