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Zuckerberg presta depoimento em processo contra Meta por compra do Instagram e WhatsApp

FTC apresentou uma ação em 2020 acusando a Meta de comprar a rede social Instagram e o serviço de mensagens WhatsApp para 'eliminar as ameaças ao seu monopólio'

Mark Zuckerberg: dono da Meta presta depoimento em processo contra big tech nesta segunda-feira (Brendan SmiaiowskiI/AFP/Getty Images)

Mark Zuckerberg: dono da Meta presta depoimento em processo contra big tech nesta segunda-feira (Brendan SmiaiowskiI/AFP/Getty Images)

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Agência de notícias

Publicado em 14 de abril de 2025 às 20h03.

Última atualização em 14 de abril de 2025 às 20h25.

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O julgamento contra a Meta começou nesta segunda-feira, 14, em um tribunal de Washington e o seu proprietário, Mark Zuckerberg, prestou depoimento no primeiro dia deste processo que, em caso de derrota, pode forçar este gigante das redes sociais a separar-se do Instagram e WhatsApp.

A autoridade americana de defesa da concorrência, a Federal Trade Commission (FTC), apresentou uma ação em 2020 acusando a Meta (então Facebook) de comprar a rede social Instagram e o serviço de mensagens WhatsApp para "eliminar as ameaças ao seu monopólio".

O bilionário foi o primeiro a ser convocado a depor. Ele deverá demonstrar que ambos os serviços só se tornaram aplicativos essenciais devido aos investimentos de seu grupo.

"Decidiram que a competição é muito forte e que seria mais fácil comprar seus rivais que competir com eles", afirmou Daniel Matheson, advogado da FTC, no discurso de abertura do julgamento.

O advogado da Meta, Mark Hansen, respondeu em seus argumentos iniciais que "as aquisições para melhorar e fazer crescer uma empresa adquirida" não são ilegais nos Estados Unidos e foi isso que o Facebook fez na época.

O julgamento será conduzido e decidido pelo juiz James Boasberg, que também preside um caso de grande repercussão relacionado a ordens da Casa Branca para deportar venezuelanos sem uma audiência sob uma lei de tempo de guerra.

Recentemente, Zuckerberg, que detém a terceira maior fortuna do mundo, fez várias visitas à Casa Branca para conseguir que o presidente Donald Trump o ajudasse a evitar o julgamento e chegar a um acordo com a FTC.

"Ficaria muito surpreso se algo assim acontecesse", disse o chefe da FTC, Andrew Ferguson, ao The Verge.

Como parte de seus esforços para evitar o julgamento, Zuckerberg fez doações para a posse de Trump — em 20 de janeiro —, nomeou aliados republicanos para cargos importantes da Meta e flexibilizou normas de moderação de conteúdo.

A demanda contra a Meta é uma das cinco maiores ações legais contra os gigantes tecnológicos nos Estados Unidos.

Ao longo de oito semanas de processo, a FTC deve provar que a Meta abusou de sua posição dominante para comprar o Instagram em 2012 por US$ 1 bilhão (R$ 5,87 bilhões) e o WhatsApp por US$ 19 bilhões (R$ 111 bilhões) em 2014.

Para a FTC, "durante mais de uma década, a Meta manteve nos Estados Unidos um monopólio nos serviços de redes sociais", que permite que as pessoas entrem em contato com suas famílias e amigos.

Segundo a reguladora, outras grandes plataformas como YouTube e TikTok não estão na mesma categoria.

A Meta, com sede em Menlo Park, Califórnia, nega. "A ideia de que esses serviços diferem em certos aspectos dos aplicativos da Meta só demonstra que seus concorrentes próximos inovam com ferramentas e funções para ganhar minutos de atenção dos usuários", argumenta a defesa.

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