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Zuckerberg pede perdão no Parlamento Europeu por escândalo de dados

Mark Zuckerberg visita o Parlamento Europeu dias antes do novo regulamento europeu sobre a proteção de dados entrar em vigor

Zuckerberg: dados de até 2,7 milhões de europeus podem ter sido transmitidos de maneira inapropriada à Cambridge Analytica (ReutersTV/Reuters)

Zuckerberg: dados de até 2,7 milhões de europeus podem ter sido transmitidos de maneira inapropriada à Cambridge Analytica (ReutersTV/Reuters)

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AFP

Publicado em 22 de maio de 2018 às 14h49.

O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, pediu perdão no Parlamento Europeu, em Bruxelas, nesta terça-feira (22), pelas falhas cometidas pela rede social na proteção de dados de seus usuários, ilustradas pelo escândalo Cambridge Analytica.

"Ficou evidente, nos últimos dois anos, que não fizemos o suficiente para impedir que as ferramentas que criamos também fossem usadas ​​para fins prejudiciais", declarou Zuckerberg no início da audiência.

Informações falsas, interferência em eleições, ou desenvolvedores utilizando informações pessoais de maneira mal-intencionada: o Facebook deve assumir suas responsabilidades.

"Foi um erro, desculpem-me", reconheceu Zuckerberg, como o fez diante dos parlamentares americanos no mês passado.

A visita à Europa foi organizada para acontecer poucos dias antes da entrada em vigor, em 25 de maio, do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) europeu, que obriga os grupos que operam na Internet a adaptarem suas condições de uso às leis europeias.

O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, indicou no domingo que Zuckerberg havia aceitado que sua audiência fosse transmitida ao vivo na Internet, após a pressão exercida por influentes eurodeputados.

No mês passado, os legisladores americanos submeteram o bilionário a um longo interrogatório para compreender como a empresa Cambridge Analytica foi capaz de explorar os dados de milhões de usuários do Facebook para fins políticos.

"Há mais usuários do Facebook na Europa do que nos Estados Unidos, e os europeus merecem saber como seus dados são tratados", cobrou a eurodeputada Vera Jourova.

Segundo números fornecidos pelo Facebook à Comissão Europeia, os dados de "até 2,7 milhões" de europeus podem ter sido transmitidos "de maneira inapropriada" à Cambridge Analytica, envolvida na campanha presidencial de Donald Trump.

O discurso de Zuckerberg em Bruxelas deve, portanto, ecoar suas declarações em Washington, onde reconheceu que não "assumiu a dimensão de nossas responsabilidades".

Para o deleite das autoridades europeias, ele até descreveu como "passos positivos" as novas regras rigorosas que entram em vigor em 25 de maio na UE.

O RGPD criará, ou fortalecerá, os direitos individuais e imporá obrigações rigorosas às empresas que coletam, ou processam, informações pessoais dos europeus onde quer que estejam estabelecidas.

Todas essas empresas e organizações que coletam dados, estejam elas presentes, ou não, na Internet, terão de cumprir as regras, ou enfrentar multas pesadas.

Essas regras incluem para os cidadãos o "direito de saber" quem lida com seus dados e para qual finalidade, bem como o direito de se opor a seu uso, principalmente para prospecção comercial.

Zuckerberg vai se encontrar com Tajani por meia hora, antes da audiência com os líderes dos grupos políticos do Parlamento Europeu.

Na quarta-feira, o chefe do Facebook fará parte dos 50 líderes de grandes empresas digitais recebidos em Paris pelo presidente francês, Emmanuel Macron.

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