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Zuckerberg diz que consertar Facebook vai demorar anos

A empresa começou a investir mais em segurança há pelo menos um ano, mas ainda falta algum tempo para completar o processo de melhoria

 (Reprodução/Getty Images)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 2 de abril de 2018 às 14h39.

O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, disse que serão necessários "alguns anos" para resolver os problemas que assolam a rede social.

"Eu gostaria de poder resolver todos esses problemas em três meses ou em seis meses, mas acho que a realidade é que resolver algumas dessas questões levará mais tempo", disse ele em uma entrevista em podcast à publicação de mídia Vox.

A empresa começou a investir mais em segurança há pelo menos um ano, disse Zuckerberg, "então, se esse for um processo de três anos, acho que já atravessamos um ano. Esperamos que até o final deste ano realmente tenhamos começado a nos recuperar de alguns desses problemas".

Zuckerberg está tentando ajudar o Facebook a atravessar uma de suas piores crises públicas, depois que foi revelado que a Cambridge Analytica, uma empresa de consultoria política que trabalhou na campanha eleitoral do presidente dos EUA, Donald Trump, obteve dados privados de cerca de 50 milhões de usuários do Facebook. As ações do Facebook caíram cerca de 14 por cento desde que as notícias surgiram, e Zuckerberg foi chamado para depor no Congresso dos EUA nas próximas semanas. Políticos do Reino Unido e da União Europeia também pediram que Zuckerberg explique como o Facebook protege a privacidade de seus 2 bilhões de usuários mensais, e o procurador-geral de Missouri anunciou na segunda-feira que iniciará uma ampla investigação sobre o Facebook.

Na entrevista à Vox, Zuckerberg defendeu o modelo de negócios do Facebook, que se baseia em publicidade, dizendo que ele não é incompatível com atender aos indivíduos. Ele argumenta que a construção de um serviço que conecte pessoas em todos os lugares deve estar disponível para todos, e nem todos poderiam pagar caso o serviço não fosse gratuito.

"Não acho que isso signifique que não nos importamos com as pessoas", disse Zuckerberg. "Eu acho que é o contrário."

Antes das revelações da Cambridge Analytica, o Facebook já estava sendo mais investigado, junto com outras empresas de rede social, por não reprimir a intromissão russa na eleição presidencial dos EUA de 2016. Zuckerberg disse que trabalhar em intervenções estrangeiras seria um “grande foco de agora em diante”. O Facebook tem cerca de 14.000 funcionários que trabalham em segurança e operações comunitárias, disse ele.

Este ano será um "grande ano para nós por causa das eleições em todo o mundo", disse ele, incluindo eleições legislativas nos EUA, na Índia, no Brasil, no México e outros lugares.

Na entrevista, Zuckerberg também respondeu às críticas do CEO da Apple, Tim Cook, sobre o modelo de negócios da empresa. Zuckerberg descreveu a avaliação de Cook - de que a Apple tem um modelo mais sólido porque vende produtos para os usuários, em vez de vender os usuários para os anunciantes -, como "extremamente simplista e nem um pouco alinhada com a realidade".

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