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Zuckerberg aposta futuro do Facebook em vídeo e Instagram

Facebook Watch e Instagram TV, os dois serviços de vídeo da empresa, estão bem atrás do YouTube, do Google

 (Reprodução/Getty Images)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 2 de novembro de 2018 às 05h55.

Última atualização em 2 de novembro de 2018 às 05h55.

O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, está apostando o futuro da empresa em vídeos e publicações que desaparecem, chamadas "stories", e não em seu famoso feed de notícias. Os investidores estão acatando por enquanto, e as ações registraram a maior alta em seis meses.

Os produtos mais novos podem gerar menos dinheiro e desviar a atenção do usuário do fluxo principal de fotos, comentários e anúncios lucrativos na rede social, alertou Zuckerberg. Os profissionais de marketing ainda não estão totalmente à vontade com os novos formatos, e 2019 será mais um ano de investimento significativo, acrescentou ele em uma teleconferência com analistas na terça-feira.

Ainda assim, o CEO disse que a oportunidade será maior do que a do feed de notícias com o tempo. O diretor financeiro da empresa, David Wehner, também apaziguou a preocupação com os custos no ano que vem, e os resultados trimestrais da companhia sugeriram que seus negócios estão indo bem apesar dos escândalos e violações de privacidade.

As ações do Facebook chegaram a subir 6,4 por cento nesta quarta-feira, o maior ganho em um dia desde abril, para US$ 155,56. No início deste ano, a companhia afirmou que as taxas de crescimento de receita cairiam no terceiro e no quarto trimestres, o que derrubou as ações. Isso reduziu as expectativas em relação aos resultados de terça-feira.

A principal rede social da empresa quase chegou ao ponto de saturação em termos de crescimento, especialmente nos EUA e na Europa. E, em geral, os novos usuários do Facebook moram em mercados publicitários menos lucrativos. Por isso, a empresa está investindo pesado em projetos mais experimentais.

O crescimento futuro da receita dependerá da capacidade do Facebook de canalizar o interesse dos anunciantes a novas propagandas em serviços de mensagens e pontos de marketing integrados a um modo popular de compartilhamento chamado "stories", especialmente no Instagram. Nesses formatos, os usuários publicam vídeos sobre seu dia que desaparecem em 24 horas. Os usuários veem anúncios entre esses vídeos.

"Eu quero ser franco, mesmo pressupondo que cheguemos onde queremos chegar... vai levar algum tempo e o crescimento de nossa receita pode ficar mais lento durante esse período", disse Zuckerberg na terça-feira.

Facebook Watch e Instagram TV, os dois serviços de vídeo da empresa, estão bem atrás do YouTube, do Google, em termos de tamanho, disse Zuckerberg. O formato "stories" é popular no Instagram e no WhatsApp, mas está apenas começando a conquistar adeptos na rede social principal. Anúncios adequados são difíceis de fazer, acrescentou ele. Ainda assim, Zuckerberg acha que este é o modo como os usuários vão compartilhar informações no futuro.

Os resultados de terça-feira deram a Zuckerberg mais tempo para apostar nas novas iniciativas.

A receita do terceiro trimestre cresceu 33 por cento, e o lucro foi de US$ 1,76 por ação, bem acima das projeções de Wall Street, segundo dados compilados pela Bloomberg. Usuários ativos mensais totalizaram 2,27 bilhões, um aumento de 10 por cento em relação ao ano anterior.

"A receita do Facebook cresceu em um bom ritmo nos EUA e no Canadá, que são mercados importantes", disse Debra Aho Williamson, analista da eMarketer. "O Facebook também conseguiu um pequeno ganho de uso nos EUA e no Canadá. Depois da estagnação que vimos no último trimestre, isso é um bom sinal."

Os resultados sugerem que os anunciantes continuam comprando mais anúncios no Facebook. E eles adotaram o Instagram, que recentemente ultrapassou 1 bilhão de usuários.

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