Zoom: empresa de comunicação por vídeo terá que aumentar segurança na plataforma após fechar acordo com autoridade americana (Lucas Agrela/Site Exame)
Thiago Lavado
Publicado em 9 de novembro de 2020 às 18h53.
Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 18h53.
O serviço de comunicação em vídeos Zoom terá de aumentar a segurança em sua plataforma, após um acordo firmado com a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês). A autoridade investigava a companhia por falsas afirmações de criptografia de ponta-a-ponta em sua plataforma.
Em março, o Zoom, após ser cobrado por falhas de segurança em seu serviço, anunciou diversas novidades para a plataforma, incluindo criptografia de ponta-a-ponta para usuários pagantes. Mas, de acordo com a FTC, o Zoom tinha as chaves de acesso necessárias para descriptografar o conteúdo, efetivamente enganando usuários. Ainda de acordo com a agência, a empresa afirmava desde 2016 que tinha níveis de segurança acima do que efetivamente disponibilizava aos usuário.
A criptografia das conversas no Zoom foi lançada com atraso, apenas em outubro deste ano, depois que a empresa foi pega "de surpresa" por uma desão massiva a seus serviços. O número de pessoas em reuniões diárias na plataforma disparou de 10 milhões em dezembro de 2019 para mais de 300 milhões em abril deste ano.
"As afirmações enganosas do Zoom deram aos usuários a falsa sensação de segurança, de acordo com a ação da FTC, especialmente para aqueles que usaram a plataforma da companhia para discutir tópicos sensíveis, como saúde e informações financeiras", disse a agência em nota.
De acordo com a FTC, o Zoom se comprometeu a ter um "programa de segurança compreensivo", além de estar proibido de fazer falsas afirmações sobre privacidade e segurança.
Alguns rivais do Zoom no mercado de aplicativos de mensagens já fazem uso deste recurso, em especial o WhatsApp e o Telegram. Já o Google Meet, por sua vez, não oferta a criptografia de ponta a ponta para seus usuários, conforme reportado pela empresa de segurança digital AVG.
Nesta segunda-feira as ações da Zoom desabaram na Nasdaq, caindo 17,37%. A empresa, junto de outras companhias que tiveram grande alta durante a pandemia, teve a queda dos papéis associada à efetividade das vacinas da farmacêutica Pfizer.