Neal Mohan, CEO do YouTube: executivo faz balanço sobre a plataforma em seu aniversário de 20 anos (Noam Galai/Getty Images)
Repórter
Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 09h46.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2025 às 11h01.
O YouTube completa duas décadas em 2025 e, segundo seu CEO, Neal Mohan, está mais integrado do que nunca ao ecossistema de mídia e entretenimento global. Em sua carta anual à comunidade, Mohan destacou que os criadores de conteúdo estão se tornando as "novas startups de Hollywood", consolidando operações profissionais que vão além da produção amadora dos primeiros anos da plataforma.
A plataforma tem 147 milhões de usuários no Brasil, o que representa 67,7% da população total do país. O YouTube é a segunda rede social mais utilizada pelos brasileiros, atrás apenas do Instagram, e é mais assistido do que qualquer emissora de TV aberta no país entre adultos com mais de 18 anos.
É por essa dimensão que Mohan destacou que criadores estão profissionalizando suas produções. O exemplo citado pelo CEO é o americano, mas dimensiona a proporção que a plataforma tem tomado: o grupo de acrobacias esportivas Dude Perfect inaugurou uma sede de US$ 5 milhões no Texas. Já Alan Chikin Chow, produtor de vídeos curtos no YouTube Shorts, abriu um estúdio de proporções hollywoodianas em Burbank, na Califórnia.
No Brasil, o consumo da plataforma cresce em intensidade que logo pode justificar um aporte maior na produção local. Atualmente, cerca de 34% dos usuários brasileiros acessam o YouTube várias vezes ao dia, e outros 34% pelo menos uma vez por dia. Além disso, a publicidade no YouTube tem alto impacto no mercado nacional: [grifar]85% dos consumidores brasileiros afirmam que os anúncios em vídeo na plataforma os apresentam a novas marcas e produtos.
O impacto econômico da plataforma também é relevante: em 2022, no último levantamento, o YouTube gerou um impacto de R$ 4,5 bilhões no PIB brasileiro.
Outro destaque são as transmissões esportivas. Em 2024, a CazéTV acumulou 750 milhões de visualizações e 43 milhões de usuários únicos ao vivo durante os Jogos Olímpicos.
A ascensão do YouTube na TV também atrai anunciantes. Segundo Mohan, a plataforma tem investido em novos formatos publicitários, como códigos QR e anúncios pausáveis, que permitem interação direta com os espectadores.
Além disso, a empresa está testando o recurso Watch With, que permite que criadores comentem e interajam ao vivo sobre eventos esportivos e culturais. O primeiro teste foi realizado com a NFL e novos experimentos estão previstos para 2025.
Outro foco da carta de Mohan foi a inteligência artificial. A empresa lançou uma ferramenta de dublagem automática baseada em IA, permitindo a tradução de vídeos para diversos idiomas. Mais de 40% do tempo de exibição de vídeos dublados vem de espectadores escolhendo ouvir em outro idioma, segundo o YouTube.
Em setembro de 2024, a plataforma anunciou novas ferramentas de IA generativa, incluindo o modelo de vídeo Veo, que utiliza inteligência artificial para criar e editar conteúdos automaticamente.
A plataforma também anunciou uma parceria com a agência CAA para ajudar celebridades a identificar e remover deepfakes de seus rostos. “Continuaremos usando a IA de forma responsável para aprimorar a experiência no YouTube”, afirmou Mohan.