youtube (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 06h56.
O Tribunal de Apelação do 9º Circuito dos EUA ordenou nesta quarta-feira que o YouTube retire do ar um filme que foi considerado ofensivo aos muçulmanos e gerou violentos protestos em partes do Oriente Médio e ameaças de morte aos atores.
A decisão, proferida por um painel de três juízes, reinstaurou um processo de uma atriz do filme contra o YouTube.
Anteriormente, o YouTube resistiu aos pedidos do presidente Barack Obama e de outros líderes mundiais para retirar o vídeo, argumentando que isso implicaria censura do governo e violaria o próprio discurso do Google de proteção às liberdades de expressão. A empresa também afirmou que apenas os cineastas possuem os direitos dos filmes e, portanto, somente eles podem tirá-lo do ar.
O tribunal respondeu que esse não é um caso normal e que a atriz, Cindy Lee Garcia, acreditava estar atuando em uma produção diferente da que foi veiculada na internet. O advogado da atriz, Cris Armenta, argumentou que ela nunca teria aceitado o papel no filme se soubesse o que os produtores estavam planejando.
Garcia recebeu US$ 500 por uma aparição de cinco segundos no filme, e o advogado argumentou que o filme originalmente seria intitulado "Desert Warrior", sem nenhuma relação com religião. Quando o vídeo foi publicado, as falas da atriz foram dubladas, de modo que seu personagem perguntava a Maomé se ele era um molestador de crianças. O filme foi publicado com o nome de "Innocence of Muslims".
O Google removeu o filme e afirmou que irá recorrer. A empresa teme que coadjuvantes e figurantes de vídeos populares agora serão encorajados a pedirem a retirada de vídeos a não ser que cheguem a acordos financeiros com cineastas.