Tecnologia

X pode virar um OnlyFans depois da liberação de conteúdo pornô?

Rede social disse que vai proibir conteúdo que promova exploração ou danos a menores

Nova política vai liberar conteúdo explícito gerado por IA (Nathan Stirk/Getty Images)

Nova política vai liberar conteúdo explícito gerado por IA (Nathan Stirk/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 4 de junho de 2024 às 07h12.

Última atualização em 20 de junho de 2024 às 14h02.

O X, antigo Twitter, liberou oficialmente a divulgação de conteúdo adulto explícito na plataforma. A rede social de Elon Musk já não proibia materiais pornográficos - eles circulavam livremente. Agora, houve uma atualização nas diretrizes que liberou de forma oficial.

As novas regras do X vão permitir que usuários publiquem "nudez adulta ou comportamento sexual produzido e distribuído consensualmente". A rede exige que esse material seja sinalizado e proíbe a exibição de forma destacada, como em fotos de perfil.

O X vai tratar como conteúdo adulto "qualquer material produzido e distribuído consensualmente que retrate nudez adulta ou comportamento sexual que seja pornográfico ou com intenção de causar excitação sexual". Essa política também se aplica a conteúdos gerados por inteligência artificial, animações, desenhos animados e animes.

Mesmo com a mudança, a a rede social disse que proíbe "conteúdo que promova exploração, não consentimento, objetificação, sexualização ou danos a menores e comportamentos obscenos".

O X também orientou usuários que publicam conteúdo adulto a ajustarem as configurações de suas contas para sinalizar que suas imagens e vídeos podem ser sensíveis - isso fará o conteúdo ser coberto por um aviso no feed. Se isso não for feito, a própria rede poderá ativar um alerta no perfil.

Embora X nunca tenha permitido explicitamente conteúdo adulto, houve um aumento nesse conteúdo após o lançamento do programa de assinatura Twitter Blue. Esse novo nível pago do X permitiu que profissionais do sexo e atores pornôs cobrassem dos assinantes uma taxa por conteúdo, semelhante à forma como os artistas monetizam conteúdo no OnlyFans.

Agora, com a mudança oficial nas regras, parece que X está imitando o esforço de OnlyFans para construir relacionamentos comerciais mais fortes entre criadores de conteúdo e assinantes.

Segundo a Fortune, desde que Elon Musk comprou o X, em outubro de 2022, ele tem afirmado que a empresa precisa buscar receitas de assinaturas para diversificar seus fluxos de receita. Essa crença foi o ímpeto para o lançamento do Twitter Blue, agora conhecido como X Premium, uma versão compatível com pornografia. No entanto, esses planos ruíram ainda em 2022 quando as equipes de moderação de conteúdo de X perceberam que não tinham a capacidade de rastrear adequadamente material de agressão sexual infantil e outras formas de conteúdo ilegal sexualmente explícito, de acordo com reportagem do The Verge. Assim, os planos foram suspensos.

Musk aposta na assinatura

Musk tem grandes ambições para o negócio de assinaturas da X. Numa apresentação a investidores, ele propôs reduzir o negócio de publicidade de 90% das receitas para apenas 45% até 2028. Isso significaria que as receitas de assinaturas aumentariam para US$ 10 bilhões por ano até essa data. Esse número duplicaria a receita de US$ 5 bilhões do antigo Twitter em seu último ano completo como empresa pública antes de Musk a tornar privada.

Desde então, tem sido difícil avaliar o progresso do X de acordo com os benchmarks estabelecidos por Musk. No entanto, alguns relatórios iniciais dos primeiros dias de sua gestão como novo proprietário de X mostram que a empresa tem lutado para manter usuários e anunciantes. Em outubro de 2023, um ano após Musk comprar a plataforma, os usuários mensais do X caíram 15% e as receitas de publicidade foram 54% menores. Uma análise mais recente descobriu que os usuários ainda estavam deixando a plataforma em massa no ano novo. Em fevereiro deste ano, os usuários mensais caíram 24% ano em comparação com 2023.

Pornografia nas outras redes

Esse movimento do X vai na contramão de outras redes sociais. Facebook e Instagram, por exemplo, proíbem a nudez, com exceção de situações como amamentação, parto, em situações ligadas à saúde, atos de protesto ou em pinturas e esculturas.

Já o  TikTok afirma que proíbe nudez e que os vídeos que envolvam seminudez e exposição corporal de jovens também são proibidos, além de não permitir o uso de linguagem sexualmente explícita.

Acompanhe tudo sobre:TwitterElon MuskPornografia

Mais de Tecnologia

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble

Apple se prepara para competir com Amazon e Google no mercado de câmeras inteligentes