EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2010 às 16h13.
Estocolmo - Dois jovens suecos digitam rapidamente em seus computadores, em um espaço que é parte garagem e parte alojamento universitário, repleto de cabos, garrafas de refrigerante e uma embalagem vazia de ketchup.
Parece improvável que seja um local capaz de causar preocupações ao Pentágono dos Estados Unidos.
Mas é essa sala abarrotada em um subúrbio de Estocolmo que serve como centro nervoso ao WikiLeaks, o site para denúncias que divulgou milhares de documentos secretos sobre a guerra no Afeganistão e promete postar muitos mais.
Julian Assange, o esquivo fundador do site, vem passando boa parte de seu tempo na Suécia, nas últimas semanas, porque as leis de imprensa do país estão entre as que mais protegem os jornalistas. O WikiLeaks não respondeu a um pedido de entrevista com Assange.
Comentaristas de mídia e advogados afirmam que o WikiMedia precisa de um abrigo seguro, especialmente depois de atrair a ira do Pentágono ao divulgar arquivos militares secretos dos EUA no mês passado.
A escolha da Suécia oferece ao WikiLeaks uma chance melhor de cumprir a promessa do australiano Assange, 39: tornar o mundo mais transparente.
Jonathan Coad, diretor judicial do Swan Turton, um escritório de advocacia de Londres, afirma que seria difícil para o governo dos EUA contestar a lei sueca de liberdade de expressão.
"Não acredito que exista um mecanismo que permita que os EUA façam alguma coisa quanto a isso", disse Coad, mencionando a dificuldade de impedir o vazamento de informações em um mundo online e no qual é possível veicular informações para todo o planeta.
A Suécia subitamente também se tornou fonte de problemas para Assange, quando duas mulheres o acusaram de assédio sexual.
Uma das queixas resultou em mandado de prisão por suspeita de estupro, mas o caso foi rapidamente abandonado depois da investigação inicial. A promotoria continua a investigar a segunda alegação.
Assange, que nega as acusações, disse que foi alertado pelos serviços de inteligência australianos de que poderia enfrentar uma campanha para desacreditá-lo. O promotor chefe da Justiça sueca e o advogado das duas queixosas descartaram essa ideia.
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