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WhatsApp, o novo motor do Facebook para conservar liderança

"Isso mostra a determinação do Facebook em se transformar no 'próximo Facebook'", disse Benedict Evans, da empresa de capital de risco Andreessen Horowitz


	Whatsapp: a notícia surpreendeu muitos especialistas diante da disposição da empresa de Mark Zuckerberg de desembolsar a elevada cifra de 19 bilhões de dólares pela compra (tecnomovida/Flickr)

Whatsapp: a notícia surpreendeu muitos especialistas diante da disposição da empresa de Mark Zuckerberg de desembolsar a elevada cifra de 19 bilhões de dólares pela compra (tecnomovida/Flickr)

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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 16h59.

Washignton - O impactante anúncio da compra do aplicativo de mensagem instantânea WhatsApp pelo Facebook demonstra a vontade da rede social de se manter conectada aos jovens e fortalecer seu uso em celulares para conservar sua liderança, afirmam analistas.

"Isso mostra a determinação do Facebook em se transformar no 'próximo Facebook'", disse Benedict Evans, da empresa de capital de risco Andreessen Horowitz.

Contudo, a notícia surpreendeu muitos especialistas diante da disposição da empresa de Mark Zuckerberg de desembolsar a elevada cifra de 19 bilhões de dólares pela compra.

Trata-se de "um recorde e uma verdadeira fortuna para um simples sistema de mensagem. Contudo, o WhatsApp é um autêntico êxito: há 450 milhões de usuários no mundo e é um aplicativo muito usado pelos jovens, que veem nele o melhor meio de substituir a velha mensagem de texto" (SMS), conta Lionel Kaplan, especialista em redes sociais no Mediatrium, uma agência de marketing e comunicação em Paris.

"O Facebook quer conservar sua liderança, que vacilou nos últimos tempos, sobretudo, pelo descontentamento dos adolescentes", informa.

Greg Sterling, analista da Opus Research, destaca que "o tamanho da transação é realmente imponente e isso fará falar de bolha", embora o Facebook esteja disposto a se arriscar porque os meios sociais "estão na moda" e no próximo ano "pode aparecer outro aplicativo".

Por outro lado, Sterling acredita que o Facebook aceitou pagar essa quantia "em resposta à frustração de não ter podido comprar o Snapchat", outro serviço de mensagem instantânea.


Forte posicionamento na Internet 

Contudo, a juventude foi o fator chave desta aquisição. O Facebook "realmente necessita de ferramentas para chamar a atenção dos usuários mais jovens e o Instagram (um aplicativo para compartilhar fotos e vídeo nas mãos da empresa de Zuckerberg) não pôde fazer isso sozinho", aponta.

De fato, após 10 anos de existência, a rede social corre o risco de se transformar no "ancião" deste setor e perder sua influência nas gerações mais jovens, que já estão presas aos smartphones.

Com a compra do Instagram e do WhatsApp, o Facebook "está se transformando em uma holding" de distintos aplicativos, opina Sterling. Apesar disso, o aplicativo de mensagens instantâneas manterá seu conselho de administração e funcionará de forma independente dentro da rede social.

Segundo os analistas da Deutsche Bank, a operação da empresa de Zuckerberg "reforça sua posição de empresa número um no (âmbito) móvel no mundo (exceto na China)", graças a seus três estandartes: Facebook, Instagram e WhatsApp.

Jim Goetz, da empresa Sequoia Capital, considera que o preço da aquisição é justificado porque "o WhatsApp transformou as comunicações pessoais".

Contudo, o especialista lembra que o sistema de mensagens está "muito subestimado" nos Estados Unidos, ao contrário do que acontece no resto do mundo.

Roger Kay, da Endpoint Technologies, tem claro que o WhatsApp se transformou em um dos aplicativos mais populares, o que lembra o Skype, o programa de telefonia online que também conta com milhões de adeptos.

Em sua opinião, a operação de compra também tem sentido dado o valor da ação do Facebook, que atinge níveis recorde desde sua difícil entrada na bolsa em 2012.

"Quando se tem uma ação assim, que avança a toda velocidade e que produz muito valor, é bom transformá-la em outro valor" mais concreto, conta à AFP.

Os analistas do Deutsche Bank avaliam a operação como "ofensiva" e que o "Facebook continuará sendo astuto em um momento em que foca no setor móvel seu modelo de negócio e sua estratégia".

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