WhatsApp: o aplicativo adiou sua nova política de privacidade para maio (Filip Radwanski/SOPA Images/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 10h31.
Última atualização em 19 de janeiro de 2021 às 11h47.
O governo indiano pediu para que o WhatsApp anulasse sua nova política de privacidade que gerou polêmica nas últimas semanas.
Usuários do aplicativo de mensagens vêm recebendo um aviso de uma nova política que torna obrigatório o compartilhamento de dados com o Facebook e suas subsidiárias. Dados como número de telefone, endereço IP, informações do dispositivo e dados sobre as interações com outros contatos seriam partilhados.
A reação do público foi tão gigantesca que concorrentes do aplicativo, como o Signal e o Telegram, receberam milhões de instalações. Entre os dias 6 e 10 de janeiro, eles receberam mais de 15 milhões de novos usuários.
O Ministério de Eletrônica e Tecnologia da Informação enviou uma carta ao CEO do WhatsApp, Will Cathcart, com um pedido para revogar a política proposta. O ministério também pediu para “respeitar a privacidade das informações" e a "segurança de dados dos usuários indianos" e enviou um questionário para entender mais sobre a coleta.
A carta foi enviada um dia após um embate judicial em Delhi. Para a alte corte indiana, os usuários têm o direito de não aceitar as novas diretrizes.
Já os representantes do WhatsApp e do Facebook disseram ao tribunal que o argumento da corte não era sustentável. De acordo com eles, as mensagens privadas ainda continuariam criptografadas, e a mudança só afetaria conversas com uma empresa.
Na última sexta-feira (15), o WhatsApp até adiou a nova política para evitar mais repercussão. Agora, ela só será obrigatória a partir do dia 15 de maio.
“Ouvimos de várias pessoas quanta confusão estava em torno da nossa atualização mais recente. Existe muita desinformação causando preocupação e queremos que todos entendam nossos princípios e fatos”, disse a companhia em uma publicação em seu blog oficial.
A Índia é o maior mercado de aplicativos do mundo, com 400 milhões de usuários, então deve-se esperar que o posicionamento do governo preocupe o WhatsApp.
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