(Samsung/Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 28 de março de 2018 às 05h55.
Última atualização em 29 de março de 2018 às 11h13.
São Paulo – Apesar de a linha Galaxy J, que tem preços entre 300 e 1.500 reais, ter sido a mais vendida de 2017, o segmento de smartphones com preços acima de 3 mil reais teve crescimento no Brasil no ano passado. De acordo com dados da consultoria GFK, ele teve aumento de 28% nas vendas enquanto o crescimento do mercado foi de 15%. Quem se destacou no setor foi a Samsung, que obteve mais de 50% de representatividade com seus smartphones das linhas Galaxy S e Galaxy Note.
Nesta quarta-feira (28), a fabricante inicia a fase de pré-venda dos novos Galaxy S9 e S9+, os aparelhos mais importantes para a marca no primeiro semestre, e que rivalizam com iPhone 8 e o iPhone X na faixa de preço acima de 3 mil reais. Eles chegam ao mercado brasileiro a partir de 20 de abril, com preços sugeridos de 4.299 e 4.899 reais, respectivamente, e contam com processadores da Qualcomm, em vez dos Exynos, que são da própria Samsung.
Esse lançamento teve também a influência do uso do WhatsApp por parte do público brasileiro. Como muitas vezes as pessoas não desativam o salvamento automático de fotos e vídeos no app, o espaço de armazenamento do celular é muito usado. Foi por causa disso que a empresa decidiu lançar smartphones da linha S9 somente com memória interna de 128 gigabytes. A ideia é que os consumidores tenham espaço o suficiente para guardar todas as fotos e vídeos recebidos pelo aplicativo.
Em entrevista a EXAME, Antônio Quintas, vice-presidente da divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil, conta detalhes sobre o crescimento do segmento premium e sobre os novos S9 e S9+.
EXAME: O que explica o crescimento das vendas de smartphones de mais de 3 mil reais no Brasil em 2017?
Antônio Quintas: O crescimento desse segmento, chamado de super premium, vem acontecendo ano após ano. É nele que vemos as novidades sendo oferecidas aos consumidores e os principais modelos dessa categoria são o que têm maior apelo.
Você apontaria alguma característica em particular que motivou as vendas desse segmento?
Em parte, foi por conta do interesse por telas maiores, com o uso de redes sociais e o consumo de conteúdos em vídeo, tanto do YouTube quanto da Netflix. As câmeras também são importantes, especialmente depois do fenômeno "selfie", que virou uma forma de expressão mais importante do que o texto. As câmeras do S9, por exemplo, são superiores a algumas câmeras profissionais que estão no mercado. A memória, com o uso progressivo de WhatsApp, também se tornou um item importante. Os millennials têm sido muito atraídos por esses recursos.
Vale notar que estamos trabalhando com instituições financeiras para viabilizar planos de financiamento para pagamentos em até 21 vezes para o Galaxy S9 [os preços vão de 4.299 a 4.899 reais], o que deve facilitar o acesso aos smartphones, assim como o programa de TradeIn nas lojas da Samsung. Um Galaxy S8 usado pode abater até 2 mil reais do preço de um S9.
Por que vocês decidiram colocar duas câmeras traseiras no Galaxy S9+ e só uma no Galaxy S9?
Os recursos de câmera do Galaxy S9 já são muito sofisticados em relação ao que temos hoje. Há grupos de usuários diferentes. Há, por exemplo, o de entusiastas de fotografia. Para a maioria dos usuários, todas as funcionalidades de câmera do S9 são mais do que o suficiente, mas para o super entusiasta de câmera que quer os efeitos de profundidade diferente e a estabilização de imagem, o S9+ é a opção.
Foi também uma questão de otimizar o portfólio, porque tomamos uma decisão bastante importante de trazer a memória interna de 128 gigabytes como única opção. Somos o único país no mundo onde a Samsung lançou só essa capacidade de memória. Isso aconteceu porque o Brasil é um país peculiar para redes sociais. O fenômeno particular do WhatsApp no Brasil é muito forte, muito maior do que nos Estados Unidos ou em outros países. O WhatsApp tem funcionado fundamentalmente para a troca de fotos e imagens, o que exige muito da memória. Porém, tivemos que diferenciar os produtos na questão da câmera.
Por que vocês resolveram trazer o Galaxy S9 com processadores Qualcomm neste ano?
Quando analisamos o planejamento das operadoras de telefonia de um país, entendemos qual chip é mais adequado para um determinado mercado. Buscamos oferecer o melhor processador para atender bem o consumidor no longo prazo. A mudança acontece por isso. Concluímos que o processador mais indicado para a evolução da rede no Brasil é o da Qualcomm.
Qual seria um smartphone considerado premium no portfólio da Samsung?
Aparelhos vendidos por preços acima de 2 mil reais. Os Galaxy S e Note mais recentes são os super premium. Mas isso muda com o tempo. O Galaxy S7, de 2016, hoje é integrante da linha premium, pois custa menos de 2 mil reais no varejo.
Com o lançamento do Galaxy S9, o S8 continuará a ser produzido no Brasil?
Sim, Galaxy S8 e Galaxy S7 continuam em produção. O S7 deve desacelerar ao longo do ano. A nossa ideia é ter smartphones para todos os gostos e todos os bolsos. Todos os aparelhos são montados aqui no Brasil, que é o terceiro mercado mais importante para a Samsung nesse segmento em âmbito global.