Redatora
Publicado em 3 de fevereiro de 2025 às 09h48.
O WhatsApp afirmou ter identificado uma operação de espionagem que visava alguns de seus usuários, incluindo jornalistas e membros da sociedade civil. Segundo um porta-voz da plataforma, os ataques foram conduzidos pela empresa israelense de software espião Paragon Solutions. O aplicativo enviou uma carta à companhia pedindo que cessasse suas atividades.
A empresa detectou que cerca de 90 usuários foram alvo de uma tentativa de invasão, com vítimas em mais de duas dezenas de países, incluindo na Europa. O ataque utilizava a técnica zero clique, que permite hackear dispositivos sem que o usuário precise interagir com links maliciosos.
Sem revelar nomes, o porta-voz do WhatsApp afirmou que autoridades e parceiros da indústria já foram informados. A denúncia reforça a posição da empresa na defesa da privacidade de seus usuários. “Iremos continuar a defender a habilidade das pessoas de se comunicarem de forma privada”, declarou o aplicativo em comunicado.
A Paragon Solutions tenta se posicionar como uma fornecedora de tecnologia “ética” para governos. Em seu site, a empresa afirma oferecer "capacidades cibernéticas e forenses" para análise de dados digitais e mitigação de ameaças. No entanto, as descobertas mais recentes questionam essa narrativa e associam a companhia a práticas de vigilância contra civis.
No mês passado, a Paragon foi adquirida pelo grupo de investimentos AE Industrial, o que pode indicar uma nova fase para a empresa. Ainda assim, a denúncia do WhatsApp expõe os riscos do mercado de softwares espiões e a fragilidade de serviços usados por bilhões de pessoas.