O peso e as medidas deste laptop de 13,3 polegadas não têm nada de exagerados, mas não são as de um ultrabook. Mas o Vostro C131 se equipara aos bons fininhos em dois itens, o ótimo desempenho e o fôlego da bateria. A configuração com HD de 500 GB, em vez de memória flash (SSD), compensa para quem prefere mais espaço de armazenamento a um boot rapidíssimo. Porta USB 3.0 e um leitor biométrico para trocar a digitação de senhas pelo reconhecimento por impressão digital também agradam. Mas em um laptop de 1,8 quilo, bem que daria para pôr um gravador de DVD. 

 Um dos elementos que levaram ao bom desempenho do Vostro V131 é o processador Core i5 2430M. A principal diferença entre esse chip e o Core i5 2410M que domina o mercado atual de notebooks médios é o clock ligeiramente superior. Os dois núcleos do 2430M rodam a uma frequência base de 2,4 GHz, mas, dependendo de como as aplicações utilizam o processador, um deles pode atingir 3.0 GHz. Excetuando-se esse fato, eles são quase idênticos, embora algumas versões mais antigas do 2410M não ofereçam AES-NI(um conjunto de instruções que acelera operações de criptografia). No final das contas, além de decepcionar ao cumprir a maioria das tarefas que se esperam e um notebook, o V131 é um pouco mais capaz do que a média dos notebooks médios e compactos.No campo do vídeo, esse notebook depende do processamento gráfico do próprio chip Core i5. Estamos falando de um processador de consumo mediano de energia, o que garante um desempenho relativamente bom na hora de lidar com filmes e até mesmo com jogos menos exigentes. A desvantagem em não utilizar uma placa de vídeo dedicada está, entre outros aspectos (como número de núcleos, drivers, etc.), na necessidade do processador gráfico dividir memória com o resto do sistema. No caso específico dos chips da Intel, há ainda a falta de suporte ao DirectX 11 que é o conjunto de API voltadas para gráficos mais avançado do mercado. Mas como o V131 é uma máquina voltada para o trabalho, o processamento gráfico integrado é mais que o suficiente. 

 Completamos a lista de configuração com 4 GB de RAM e 500 GB de disco. Sobre este último vale lembrar que a frequência de 7.200 RPM se traduz em uma experiência de uso geral significativamente mais ágil. Não sem razão, os resultados dos benchmarks foram favoráveis ao V131, embora nenhum dos resultados seja impressionante. No PCMark 7, focado no desempenho geral de máquinas com o Windows 7, esse notebook atingiu a boa marca de 2265 pontos. Já o 3DMark06, que foca no processamento gráfico com o DirectX 9, avaliou o V131 em 3660, um resultado mediano. 

 

Benchmark PC Mark 7 (em pontos)
Barras maiores indicam melhor desempenho

Benchmark 3DMark06 (em pontos)
Barras maiores indicam melhor desempenho

Nada de muito excitante marca presença nas laterais dessa máquina. O destaque vai para as portas USB 3.0, uma dupla que acelera as transferências entre o V131 e qualquer outro periférico com o mesmo tipo de interface. Somando-as a mais um USB 2.0, esse notebook segue a concorrência na oferta dessa categoria de conexões. A lista continua com uma ethernet, um leitor de cartão (SD, MMC e MSPro), uma saída D-sub e outra HDMI. As redes sem fio são representados por Wi-Fi e Bluetooth. Resumindo, a Dell não se omitiu quanto a nenhuma conexão importante, mas o único ponto que diferencia o V131 da média é uma USB 3.0 extra. 

 É um alívio ligar esse notebook e notar que a Dell manteve os aplicativos inúteis a um mínimo. No entanto, não podemos elogiar o V131 no campo do software porque a versão do Windows utilizada é a Home Basic. Não há abismo de recursos separando o Home Basic do Home Premium que vem instalado em boa parte dos notebooks baseados no Windows, mas o V131 não pertence a uma faixa de preço tão baixa que justifique essa escolha.

 Mas é preciso reconhecer que essa máquina está bem preparada para as necessidades mas típicas do trabalho. O teclado em estilo chiclete é bem espaçado e segue as regras da ABN2 quase ao pé da letra. Quem precisa trabalhar no escuro pode contar com a ajuda de teclas retroiluminadas. O touchpad também é bom, embora não seja excepcional. Seu tamanho é razoável e ele suporta os gestos básicos, como rolagem e zoom. 

 A tela do V131 é povoada por uma quantidade mediana de pixels: 1366 x 768, o que é suficiente para uma tela de 13,3 polegadas. A qualidade do display é razoável, mas o ângulo de visão desapontou um pouco. Só porque essa máquina foi projetada para o escritório, não segue que encarar o monitor de frente tenha que ser o único modo de se ler o que está na tela com conforto. Um diferencial do display é o revestimento pouco reflexivo, o que vai contra uma forte tendência do mercado de notebooks. A desvantagem dessa escolha é a redução na luminosidade. A vantagem é o fato de que você não será forçado a encarar um espelho toda vez que o preto dominar a tela.

Similarmente, o sistema de áudio deixa a desejar. Não percebemos nenhuma distorção nos sons durante os testes. Mas isto deveu-se menos à virtude das caixas de som do que à baixa potência das mesmas. No entanto, áudio deficiente é uma característica esperada de um notebook tão fino. 

 O que não esperávamos era uma construção física tão frágil. A tela fina pode até ser atraente, mas não tem uma aspecto muito sólido, apesar do acabamento parcial de liga de magnésio. Ainda assim, o design em geral é interessante. Esse modelo é um dos notebooks tradicionais mais próximos do conceito de ultrabook que já testamos. No entanto, é difícil aceitar a troca de um drive óptico por um ganho tão superficial quanto a perda de alguns milímetros de espessura.

Como os componentes do V131 não fogem muito do normal, esperávamos que o fôlego de sua bateria também não fosse especialmente longo. Contudo, nossas expectativas foram ligeiramente superadas. A bateria de 6 células suportou 114 minutos de uso intenso, simulado pelo benchmark Battery Eater. Mesmo com um processador um pouco acima da média, a bateria obteve um bom desempenho.

 

Duração da bateria em uso intenso
Barras maiores indicam melhor desempenho

Das opções de configuração, a resenhada neste texto é a mais equilibrada. Abaixo dela encontramos modelos não muito mais baratos que utilizam processadores Core i3, significativamente inferiores ao Core i5. Acima da configuração que testamos, há um modelo com 6 GB de RAM e Windows Home Premium que começa a pesar a balança do custo-benefício para o lado desfavorável. O preço do modelo que testamos, 2199 reais, é mais compatível com o conjunto oferecido.

Vídeo http://videos.abril.com.br/info/id/2c9f94b53577ca8f0135785e133600fd

Ficha técnica

Tela	13,3”
Processador	Intel Core i5 2430M 2,4 GHz
RAM	4 GB
Armazenamento	HD de 500 GB
GPU	vídeo onboard
Peso	1,8 kg
SO	Windows 7 Home Basic
Duração de bateria	1h54min

Avaliação técnica

Prós	Boa configuração para o preço; fino; razoavelmente leve; possui duas USB 3.0; teclado retro iluminado;
Contras	Construção física poderia ser melhor; tela tem ângulo de visão baixo; vem com Windows Home Basic; não possui drive óptico;
Conclusão	O V131 é um computador que se sai bem para atividades profissionais, mas não impressiona no quesito entretenimento;
Média	8.1
Preço	R$ 2199