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'Você quer fazer consumidores serem fãs', diz Bruce Dickinson em palestra cheia na Campus Party

Vocalista do Iron Maiden mostra como relaciona a música com a vida de empreendedor; Dickinson ainda falou dos efeitos da pirataria e como contorná-los

dickinson (INFO)

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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2014 às 12h27.

O vocalista do Iron Maiden e empreendedor Bruce Dickinson palestrou nesta terça-feira, 28, na Campus Party, para uma plateia lotada. Em uma aula de empreendedorismo, o músico mostrou que de fato aplica na vida de investidor tudo aquilo que aprendeu na vida de roqueiro.

Durante cerca de uma hora, Dickinson - que subiu ao palco ao som do clássico "Aces High" - ressaltou diversas vezes que o consumidor não compra produtos racionalmente. Ele é, na verdade, levado pelas emoções, e é preciso fazê-lo ser fiel à marca. "Você está tornando seus consumidores fãs?", indagou durante a palestra. "Se não está, por que não?"

O vocalista da banda de heavy metal britânica citou como exemplo de marca bem-sucedida a Apple. "É uma religião", disse, comparando depois a compra de um Mac com a entrada em um culto - o que cria uma relação com a empresa e faz o consumidor fugir do "Império do Mal" da rival Microsoft.

Dickinson, claro, não pretendeu ofender a empresa de Bill Gates, e logo lembrou que o fundador da companhia é praticamente o oposto da imagem criada. A emoção, no entanto, não deixa que todos vejam isso, como o próprio vocalista lembra.

O músico e empreendedor falou também dos produtos ruins e dos efeitos que podem ter, mesmo em marcas consagradas. No caso da Apple, seu Maps. "Quem achou que seria uma boa ideia colocar Berlim no Pólo Norte?", brincou Dickinson, sobre a imprecisão do serviço de mapas, que frustrou clientes e fez alguns se afastarem e optarem pelas alternativas, embora alguns ainda tenham permanecido fieis.

Música e pirataria - O vocalista do Iron Maiden ainda aproveitou a palestra para falar dos efeitos dos downloads ilegais nas vendas de discos. Segundo ele, lançamentos hoje já não são mais para o dinheiro, e sim para fidelização. Justamente por isso, vender menos não é um problema, ao menos para sua banda. Os álbuns novos geram shows diferentes, que atraem o público fiel e ainda chamam a atenção de novos possíveis fãs (ou clientes). "A música é tão popular hoje que todos querem vê-la ao vivo", afirmou.

Dickinson também alfinetou indiretamente o Metallica e outras bandas que lutam ferrenhamente contra a pirataria. "Nossos fãs são nossos inimigos, eles roubam nossas músicas porque nos amam e nós os odiamos", ironizou o britânico, defendendo que há um lado positivo nos downloads ilegais - como o próprio Iron Maiden provou no ano passado, ao rastrear as principais fontes e levar seus shows para esses locais. 

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