Sede da gigante Alibaba: serviço também está começando uma expansão internacional (AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2015 às 21h29.
Depois de deixar o mundo inteiro esperando durante nove anos, a Amazon finalmente destrinchou os lucros do Amazon Web Services (AWS) na quinta-feira.
Foram registrados US$ 1,57 bilhão em vendas no trimestre, o que indica que a empresa está muito à frente de suas rivais no setor de computação na nuvem.
No entanto, à medida que se expande pelo mundo, o AWS enfrenta a concorrência de um velho inimigo: Alibaba.
A Amazon já possui 28 por cento do mercado internacional para os serviços de infraestrutura na nuvem, seguida pela Microsoft com 10 por cento, de acordo com um relatório da Synergy Research Group.
Para aumentar sua fatia, a Amazon passou os últimos anos instalando centros de processamento de dados gigantescos a fim de atender rapidamente aos clientes fora dos EUA.
Em alguns casos, essa iniciativa buscava cumprir as regulações locais em relação ao lugar onde esses servidores deveriam se localizar. Ao contrário de muitas concorrentes, a Amazon visou a China e abriu um centro de processamento perto de Pequim em 2014.
Quando se expandiu pelo mundo para lugares como Brasil, Irlanda e Cingapura, a Amazon normalmente enfrentou uma escassa concorrência local, além de algumas poucas empresas regionais de hospedagem de sites ou companhias de telecomunicações.
Na China, a situação é diferente.
1,4 milhão de clientes
Desde 2009, o colosso local do comércio eletrônico varejista Alibaba Group Holding vem operando o Aliyun, seu próprio serviço de computação na nuvem.
E ele é gigantesco, com mais de 1,4 milhão de clientes.
O serviço também está começando uma expansão internacional para atender às empresas chinesas espalhadas pelo mundo, disse Sicheng Yu, vice-presidente do Aliyun. A Amazon, por sua vez, alega que mais de um milhão de pessoas utilizam seu serviço no mundo todo.
A Alibaba abriu seu primeiro centro de processamento fora da China no Vale do Silício, em março, para ajudar a oferecer serviços de computação na nuvem aos clientes chineses, disse Yu.
Naquele momento, a Alibaba disse que contou com uma participação de 22,8 por cento no mercado de infraestrutura como serviço no primeiro semestre de 2014. Atualmente, a empresa tem cinco centros de processamento na Ásia: Pequim, Hangzhou, Qingdao, Hong Kong e Shenzhen.
Espaço para crescer
O Aliyun tem mais de 1.200 funcionários, e 80 por cento deles são engenheiros, disse Yu. A empresa começou a pensar em fazer engenharia pesada de hardware e software há cerca de 10 anos, antes da formação de sua nuvem.
Ao contrário dos EUA, cujo mercado na nuvem é bastante maduro, menos de 10 por cento dos investimentos em TI na China são destinados à computação na nuvem, disse Yu.
Com base nos dados coletados pela unidade de computação na nuvem, Yu disse que os investimentos feitos na nuvem pelas empresas na China estão “comendo a porção” das empresas de tecnologia tradicional.
“A infraestrutura de TI da nuvem cresce muito mais rapidamente, ou 10 vezes mais rapidamente, do que os gastos em TI tradicional”, disse ele.
Vínculos governamentais
Assim como a maioria das grandes empresas chinesas de tecnologia, a Alibaba está ligada à burocracia chinesa.
A companhia atualmente tem acordos estratégicos com 12 províncias, regiões e municípios chineses, além de uma quantidade não divulgada de agências governamentais, como o órgão central de licitações do país.
Isso garante muitos negócios na China e assegura que sua infraestrutura é tão resistente quanto as grandes nuvens da Google, da Amazon e da Microsoft. Isso ajuda a tornar o serviço mais resiliente.
Enquanto a Amazon está tentando manter o impulso na China, uma batalha com a Alibaba se aproxima – tanto no país quanto no exterior – e a nuvem do Aliyun continua crescendo.