A Vivo entra para competir com a Nextel no mercado corporativo e de pessoa física, de olho em sua própria base de assinantes (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2011 às 17h20.
Rio de Janeiro - A Vivo lançou hoje no Rio de Janeiro e inicia até agosto em território nacional um serviço de rádio (PPT) complementar aos planos pós-pagos da operadora. Com isso, a Vivo entra para competir com a Nextel no mercado corporativo e de pessoa física, de olho em sua própria base de assinantes e nos 3,6 milhões de clientes da concorrente.
"Vamos tirá-la (Nextel) da zona de conforto", afirmou o presidente da unidade de mercado individual da Telefônica/Vivo, Paulo César Teixeira. "Nosso nível de ambição é alto". O serviço, batizado de Vivo Direto, custará R$ 29,90 sobre o preço do pacote pós-pago do cliente, sendo o mais barato vendido a R$ 46, somando R$ 75,90. O pacote de rádio mais barato da Nextel custa R$ 89. Os aparelhos custarão a partir de R$ 99, contra R$ 299 da Nextel. Não é necessário mudar o número de celular.
Hoje, a Vivo tem 63 milhões de clientes no Brasil, sendo apenas 3 milhões no mercado corporativo. Segundo Teixeira, a empresa está focando nesse nicho, mas também no segmento jovem, que fala com a família e com grupos de amigos. "Fizemos um estudo de mercado e observamos que havia uma demanda muito forte vinda dos clientes para falar à vontade, sem preocupação com a fatura no fim do mês", disse.
A primeira cidade a testar o serviço foi Curitiba, em junho, e em São Paulo pode ser lançado comercialmente ainda neste mês. A tecnologia usada pela Nextel é a Idem e a da Vivo será 3G. A cobertura será a mesma da operadora no segmento de voz, 3.663 municípios, contra 385 da Nextel.
O serviço não estará disponível no segmento pré-pago nem, por enquanto, internacionalmente. Clientes Nextel usam o serviço de rádio para falar com os Estados Unidos, onde a tecnologia está disponível.
Teixeira disse que a empresa planeja para o curto prazo o lançamento do Vivo Direto internacional. Estão em estudo países da América Latina, América Central e América do Norte, segundo o executivo.
De acordo com ele, a tecnologia para uso em território nacional já está disponível e funcionando, inclusive em São Paulo. Falta apenas a chegada dos aparelhos nas lojas para o lançamento comercial. Até o quarto trimestre haverá sete opções de aparelhos.
A Vivo tem investimentos programados de R$ 2,5 bilhões em 2011 e detém 29,5% de participação de mercado, segundo dados de maio. No pós-pago, a fatia de mercado é de 35,9%. O foco de crescimento da Vivo tem sido no mercado de dados. Para competir nesse segmento, neste mês a TIM anunciou a compra da AES Atimus, que lhe dará 5,5 mil quilômetros de rede de fibra ótica. Para Teixeira, da Vivo, o negócio não representa ameaça. "Eles estão corrigindo um gap", disse.