tablets (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2015 às 13h50.
Assim como no restante do mundo, o momento vivido pelo mercado de tablets no Brasil não é dos melhores. Segundo uma nova pesquisa da consultoria IDC, cerca de 1,7 milhão de dispositivos do tipo foram vendidos no país entre janeiro e março deste ano. Parece muito, mas o número representa uma queda de 20% em relação ao mesmo período de 2014.
O resultado derruba até mesmo a expectativa da consultoria, que previa a saída de pelo menos 2 milhões de tablets das lojas nacionais nesses três meses. Ainda assim, tendo em vista o atual cenário econômico com dólar alto e inflação ascendendo e o avanço dos smartphones gigantes no mercado, o número não é exatamente ruim, como a própria IDC ressaltou em comunicado enviado à imprensa.
Dos dispositivos vendidos no trimestre, 70% eram de baixo custo, e foram comprados por menos de 500 reais. A porcentagem é consideravelmente menor do que os 85% medidos no decorrer de todo o ano passado. E do total de tablets, 94% foram para o consumidor final, outra queda, desta vez menos acentuada, em relação aos 96% atingidos em 2014.
A única categoria que viu os números subirem foi a de notebooks 2 em 1, em que entram os computadores com tela destacável. O número de unidades vendidas ainda é baixo (41 mil), mas o crescimento em relação ao mesmo período do ano passado foi de 115%, o que coloca os aparelhos como os possíveis salvadores do mercado.
Queda já esperada De qualquer forma, o mau resultado do primeiro trimestre fez a IDC repensar as estimativas para o decorrer do ano, que já apontavam para uma queda nas vendas no Brasil. Só que agora, em vez dos 3% divulgados pela consultoria em março deste ano, a expectativa é de que o número de tablets comercializados em 2015 caia 14% em relação ao ano passado, batendo a marca total de 8,1 milhões de unidades.
A porcentagem é quase o inverso da atingida em 2014, quando o mercado local, um pouco mais aquecido pela Copa e pelas eleições, viu as vendas de dispositivos do tipo subirem bons 13% e chegarem a 9,5 milhões de unidades. O número ainda assim não correspondeu às expectativas da consultoria, que apontavam para um total de 10 milhões e só isso já servia como um indicador de que o pior estaria por vir.
Ruim no mundo todo Mundialmente, a situação não é melhor do que a vivida pelo mercado nacional. Lá fora, a venda de tablets viu sua primeira queda em cinco anos (de 3,2%) em 2014, e um resultado ainda pior no primeiro trimestre deste ano (redução de 5,9%).
Com seu iPad em declínio, a Apple liderou os maus resultados, seguida de perto pela Samsung e seus Galaxies. Lenovo e LG, por sua vez, conseguiram um resultado melhor nos dois casos, mas ainda representam uma parcela pequena do mercado (5,3% e 3,1%, respectivamente) para influenciar tanto a porcentagem final.
A esperança é de que o mercado retome um pouco do crescimento ou ao menos não caia tanto com o as vendas dos notebooks 2 em 1. Dominada pelo Windows, a categoria ainda deixa a desejar no desempenho ou no preço dos aparelhos, mas é a mais aquecida em termos de novidades de hardware, com novos processadores da Intel e designs diferentes.
Em comparação, os aparelhos tradicionais pouco mudaram visualmente vide o primeiro e o último iPad e os Galaxy Tabs. Além disso, ganharam os smartphones de telas gigantes como concorrentes. Os telefones normalmente são mais baratos e oferecem um desempenho relativamente melhor do que os tablets na mesma faixa de preço. Por tudo isso, fica até difícil acreditar que a situação ruim seja apenas momentânea.
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