São Francisco - O executivo-chefe da Apple, Steve Jobs, que surpreendeu uma multidão de fãs ao comparecer hoje ao evento de lançamento da segunda geração do iPad, disse que o tablet começará a ser vendido nos Estados Unidos no dia 11 de março e em 25 de março em outros 26 países, lista da qual o Brasil não faz parte.

A primeira versão do tablet, lançada em abril de 2010 nos Estados Unidos, só chegou ao Brasil em 3 de dezembro. Apesar da falta de data para o lançamento do produto no País, os preços da primeira geração do iPad já registraram queda nesta quarta feira e estão até R$ 250 mais baratos.

Jobs, que sobreviveu a um câncer e recebeu um transplante, parecia cheio de energia, embora magro, ao subir ao palco nesta quarta-feira. Durante o evento, ao qual só convidados tiveram acesso, ele apresentou o novo aparelho, que é 15% mais leve do que o iPad original e traz câmeras na frente e atrás para a realização de videoconferências. Brincando com os presentes, Jobs disse que "não queria perder isso hoje".

O iPad 2 tem a mesma bateria, com dez horas de duração, da versão original, mas traz um processador dual core mais potente. O modelo mais barato do novo aparelho, que tem 16 gigabytes de memória e se conecta à internet apenas por rede Wi-Fi, vai custar os mesmos US$ 499 cobrados pelo modelo semelhante da primeira geração. Jobs afirmou que modelos com maior capacidade de armazenamento e aspectos de conectividade terão os mesmos preços da geração anterior.

Considerado o responsável por levar tanto o iPhone quanto o iPad ao mercado, Jobs é extremamente ligado à estratégia e ao sucesso da Apple. Sua saúde tem sido observada de perto desde que foi tratado de um câncer no pâncreas em 2004. Embora ele ainda esteja envolvido com a empresa, atualmente está de licença médica. O executivo-chefe de operações, Tim Cook, é quem cuida das operações diárias da Apple.

Concorrência

O iPad enfrenta competição crescente de outros fabricantes. O iPad original, lançado quase um ano atrás, abriu um novo segmento de mercado que gerou o interesse de consumidores e empresas. A Apple diz que vendeu mais de 14 milhões de iPads e domina o mercado de tablets, com 85% de participação no mercado no final do ano passado, segundo o eMarketer.

Assim como a maioria dos produtos da Apple, a nova versão do iPad foi alvo de várias especulações e muitas das novidades já haviam sido antecipadas. Apesar disso, analistas disseram que o produto vai ajudar a Apple a consolidar seu domínio nesta emergente categoria de produtos.

"A Apple compreende o desejo", escreveu Sarah Rotman Epps, analista da Forrester Research, num blog sobre o iPad 2. "Num mundo pós-PC, os consumidores têm uma relação mais íntima com seus artefatos."

O iPad, um dos projetos favoritos de Jobs, tornou-se um novo condutor do crescimento espetacular da Apple desde seu lançamento no ano passado. O produto gerou 17% da receita bruta do primeiro trimestre fiscal da empresa (período iniciado em 25 de dezembro), que foi de US$ 26,7 bilhões.

O aparelho, usado para navegar na internet, jogar e ler livros e jornais, também ajudou a elevar as ações da Apple. Desde o início das vendas do tablet, em 3 de abril de 2010, as ações da empresa subiram 49%, 36 pontos porcentuais a mais do que o índice Standard & Poor's 500, segundo o FactSet.

Jobs também divulgou uma lista dos impressionantes resultados relacionados ao iPad. O produto gerou US$ 9,5 bilhões em renda bruta em 2010. Mais de 2.500 editoras se uniram à loja iBook, criada pela empresa, que pagou US$ 2 bilhões para desenvolvedores de programas vendidos na App Store. As informações são da Dow Jones.