isis (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 06h01.
A internet se tornou um campo de batalha crucial na luta contra a propaganda 'jihadista' e as nações ocidentais precisam configurar seu jogo, de acordo com participantes em uma cúpula contra o extremismo violento em Washington.
Especialistas afirmam que o governo deve se engajar no estilo do marketing corporativo para combater o Estado Islâmico, que faz uso de vídeos para recrutar estrangeiros para os campos de batalha do Iraque e da Síria.
"Se o EI é um departamento de 'branding' e de marketing, onde nós estamos?" disse Sasha Havlicek, fundadora e diretora executiva do escritório de Londres do Instituto para Diálogo Estratégico (ISD, sigla em inglês).
O instituto realizou vários experimentos usando ferramentas como Google Ideas, Twitter e Facebook para tentar engajar diretamente potenciais recrutas e dissuadi-los de entrar para o brutal movimento jihadista.
Em uma campanha, o ISD fez vários vídeos de Abdullah X, um personagem fictício que tentava convencer jovens muçulmanos que seguir o Estado Islâmico não é a forma de avançar.
"Nós somos capazes de carregar esse conteúdo - inserindo-o em todos os espaços que os extremistas estão usando (...) ancorando esse conteúdo em contas extremistas do Twitter, publicando em páginas extremistas, tendo isso em todos os lugares que você buscar por Jihad na Síria", disse Havlicek.
Companhias privadas com bom desenvolvimento de estratégias de marketing online podem oferecer conhecimento às associações e a ativistas que estão lutando contra a mensagem do EI, afirmou Havlicek.
O governo dos EUA está trabalhando para enfraquecer os grupos extremistas online - uma verdadeira blitz digital que envolve a equipe do Departamento de Estado, que posta opiniões sobre o islamismo radical, desenhos e fotos.
Durante a cúpula, o presidente americano Barack Obama pediu às comunidades locais nos Estados Unidos e do exterior para tomar iniciativas para proteger jovens muçulmanos de lavagens cerebrais.
Peter Neumann, diretor do Centro Internacional de Estudos da Radicalização, disse que embora o que cada um fez até agora para enfrentar os grupos extremistas foi "ótimo", trata-se "somente de uma gota no oceano".
Ele disse que ainda há muito o que ser conversado sobre remover o conteúdo extremista da internet, mas essa não é uma solução livre de equívocos.