Amazônia (EFE)
Da Redação
Publicado em 21 de maio de 2014 às 06h29.
Uma zona da reserva nacional de Pacaya Samiria, na Amazônia do Peru, foi declarada nesta terça-feira em emergência ambiental por 90 dias junto de outras localidades indígenas por causa da contaminação de água e do solo provocadas por vazamentos de petróleo.
Claudia Ochoa, representante da Sociedade Peruana de Direito Ambiental (SPDA) da região Loreto, onde fica Pacaya Samiria, disse hoje à agência Efe que a reserva foi atingida na parte norte por um derramamento ocorrido em 2013.
"É preciso levar em conta que há um prejuízo, mas não em toda a reserva porque o lugar onde ocorreu o derrame é na parte norte, e não foi diretamente em Pacaya Samiria, mas impacta a reserva e a zona de impacto", explicou Ochoa.
Pacaya Samiria é uma área natural protegida de 2,08 milhões de hectares que compreende uma grande diversidade biológica e é lar de várias comunidades nativas e tradicionais, informou o Ministério do Ambiente (Minam).
No domingo entrou em vigor a declaração de emergência ambiental na parte baixa da bacia do rio Maranhão, que compreendem 17 localidades de Loreto e a zona conhecida como Bateria 3 do Lote 8, localizada em Pacaya Samiria e que pertence à empresa Pluspetrol.
"A região avaliada contém níveis de risco significativo para a vida, para a saúde da população e o ambiente, o que configura dano ambiental significativo", assinalou uma resolução do Minam.
Ao ser consultada pela Efe, Paola Chinén, subdiretora de Qualidade Ambiental da direção de Avaliação do OEFA (Organismo de Avaliação e Fiscalização Ambiental), indicou que a contaminação dessa região vem de anos atrás.
"Essa zona é basicamente de extração de petróleo e isso, somado à falta de usinas de tratamento de água, aumentam o fator de risco", manifestou Chinén.
Diversos exames feitos por várias instituições com amostras do solo e de fontes de água registraram a presença de elementos poluentes.
"No caso do solo se encontrou concentrações de hidrocarbonetos totais de petróleo elevados que ultrapassam o padrão de qualidade ambiental e de alguns metais também", precisou.
Chinén explicou que a declaração de emergência não solucionaria o problema do lugar, mas que com ela se pretende "tomar medidas imediatas para poder evitar algum tipo de risco iminente em temas de saúde e gerar um plano de médio e longo prazo de ações".