Tecnologia

Uso de celulares é restrito em 64% das escolas de ensino fundamental e médio, aponta pesquisa

Além de regras mais rígidas para o uso de celulares, a TIC Educação 2023 também aponta para uma maior restrição ao acesso ao Wi-Fi pelos estudantes

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 6 de agosto de 2024 às 13h38.

Última atualização em 6 de agosto de 2024 às 14h16.

Em 64% das escolas de ensino fundamental e médio no Brasil, os alunos podem utilizar o telefone celular apenas em determinados espaços e horários, enquanto 28% das instituições educacionais proíbem totalmente o uso do dispositivo. Esse dado é parte da TIC Educação 2023, lançada nesta terça-feira, 6, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

A pesquisa destaca um aumento significativo na proporção de escolas que proíbem o uso de celulares pelos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental, que subiu de 32% em 2020 para 43% em 2023. Entre as escolas que atendem os anos finais do ensino fundamental, esse número cresceu de 10% para 21%. Já no ensino médio, apenas 8% das instituições mantêm uma proibição total ao uso de celulares.

Além de regras mais rígidas para o uso de celulares, a TIC Educação 2023 também aponta para uma maior restrição ao acesso ao Wi-Fi pelos estudantes. Em 58% das escolas com acesso à Internet, o uso da rede sem fio é restrito por senha, e somente 26% das instituições permitem que os alunos utilizem essa tecnologia. A comparação dos dados entre 2020 e 2023 mostra uma redução na proporção de escolas que liberam o Wi-Fi para os alunos, de 35% para 26%, enquanto a porcentagem das que restringem o acesso subiu de 48% para 58%.

Esse cenário reflete uma preocupação crescente com a segurança e a gestão do uso da tecnologia nas escolas. Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br | NIC.br, comenta que as políticas educacionais buscam reduzir desigualdades no acesso e desenvolvimento de habilidades digitais, mas enfatiza a importância de uma conectividade significativa e segura. "A participação dos estudantes nos ambientes digitais precisa ser segura, responsável e adequada ao seu bem-estar", observa Barbosa.

A pesquisa também destaca avanços na conectividade e presença de dispositivos digitais nas escolas. Em 92% das instituições de ensino fundamental e médio há acesso à Internet, um aumento de 10 pontos percentuais em relação a 2020. Esse crescimento é notável em regiões historicamente desafiadas, como áreas rurais, onde a conectividade passou de 52% para 81%, e nas escolas municipais, de 71% para 89%.

Todavia, os desafios persistem. Entre as escolas sem acesso à internet, os principais obstáculos são a falta de infraestrutura (66%), falta de acesso na região (63%) e o alto custo da conexão (52%). Curiosamente, a proporção de gestores que citam a ausência de energia elétrica como um problema aumentou de 17% em 2020 para 32% em 2023, destacando a complexidade das barreiras à conectividade.

Finalmente, a TIC Educação 2023 revela um cenário de adoção crescente de plataformas digitais para atividades pedagógicas e de gestão. Entre as escolas estaduais, 96% utilizam sistemas como diários de classe online e ferramentas de controle de matrícula e frequência, enquanto 62% das instituições de ensino fundamental e médio utilizam ao menos uma plataforma educacional, como Zoom ou Google Sala de Aula. Esses dados refletem um movimento contínuo em direção à digitalização das práticas educacionais, essencial para preparar os alunos para um mundo cada vez mais conectado.

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