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US$ 100 milhões: é possível um ciberataque contra EUA

Segundo especialista em espionagem virtual, seriam necessários dois anos e US$ 100 mulhões para invadir o sistema dos EUA pela internet

Especialista criou um modelo no qual teria sido contratado pela Coréia do Norte para atacar os Estados Unidos  (.)

Especialista criou um modelo no qual teria sido contratado pela Coréia do Norte para atacar os Estados Unidos (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Las Vegas - Invadir os Estados Unidos pela internet levaria dois anos, a um custo de 100 milhões de dólares, disse o especialista americano em espionagem na área de informática Charlie Miller, que apresentou um modelo hipotético em Las Vegas (Nevada, oeste dos Estados Unidos).

O investigador da Independent Security Evaluators, que trabalhou por cinco anos para a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), apresentou seus trabalhos durante a conferência de 'hackers' (piratas informáticos) DefCon, celebrada em Las Vegas.

"Fiz como se a Coreia do Norte tivesse me contratado para orquestrar um ciberataque aos Estados Unidos", explicou o especialista à AFP. "Trabalhei em condições reais", acrescentou.

Miller recebeu um pedido do Centro de Excelência em Ciberdefesa da Estônia para delinear uma estratégia contra o mesmo tipo de ciberataque e apresentou, em junho, os resultados de seu trabalho durante encontro da Otan no país.

"Eu sabia que seria fácil, mas agora sei até que ponto", enfatizou. Os Estados Unidos, acrescentou, "são, certamente, muito vulneráveis" a um ciberataque generalizado.

Por outro lado, o especialista observou que 100 milhões de dólares são uma ninharia em comparação com tudo o que se gasta em proteção contra ataques deste tipo.

Miller explicou que a estratégia global que desenvolveu visa a atacar as redes de distribuição de eletricidade, bancos, telecomunicações e demais componentes de infraestrutura tecnológica de uma nação.


O ciberexército deveria ser composto de mais de uma centena de "soldados", que seriam membros da elite informática e estudantes do ensino médio.

Uma das chaves, segundo Miller, é se infiltrar secretamente nas redes e estabelecer cabeças-de-ponte nos sistemas informáticos durante os dois anos anteriores à invasão.

"Depois que você me deu dois anos de preparação, está ferrado", disse Miller. "Mas no transcurso destes dois anos, tem a chance de descobrir o que está acontecendo e parar tudo", advertiu.

Um alvo individual como a rede militar ou a bolsa de valores pode ser invadida a um custo muito menor.

Miller escolheu a Coreia do Norte porque este país tem um cenário tecnológico muito atrasado com o qual sairia ileso de uma invasão global da internet.

"Alguns países já poderiam estar prontos" para orquestrar uma ciberinvasão geral", disse o especialista.

"Podemos escolher limitar nossa dependência da internet, o que não é realista, ou fazer o melhor ao nosso alcance para detectá-la e implementar políticas preventivas", disse.

No entanto, Miller se disse tranquilo, pois os melhores especialistas em informática capazes de repelir um hipotético ciberataque não dariam o passo adiante por questões de ética e patriotismo.

"Também podem temer ser assassinados", teorizou, antes de acrescentar: "é algo razoavelmente realista para ser levado em conta".

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