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União Europeia investiga suposta espionagem dos EUA

Bruxelas/Berlim - A União Europeia (UE) está investigando a suposta espionagem por parte da americana Agência Nacional de Segurança (NSA) dos computadores das representações...

Uniao Europeia ( Flickr.com/tpcom)

Uniao Europeia ( Flickr.com/tpcom)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.

Bruxelas/Berlim - A União Europeia (UE) está investigando a suposta espionagem por parte da americana Agência Nacional de Segurança (NSA) dos computadores das representações comunitárias em Washington, afirmou neste domingo a Comissão Europeia.

"Estamos cientes dos artigos da imprensa e estamos levando a cabo a investigação e as comprovações necessárias", disse à Agência Efe o porta-voz comunitário Olivier Bailly, que se recusou a fazer mais comentários sobre a questão por enquanto.

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, declarou-se "profundamente preocupado e surpreendido" com as revelações e exigiu que os Estados Unidos esclareçam o ocorrido.

"Se as acusações se mostrarem reais, seria um assunto muito grave e que terá um sério impacto nas relações UE-EUA", afirmou o socialista alemão por meio de um comunicado.

"Em nome do Parlamento Europeu exijo um esclarecimento completo e mais informação de maneira rápida das autoridades americanas sobre estas acusações", acrescentou.

A Eurocâmara espera que a Comissão e o Conselho da UE compartilhem na próxima quarta-feira com os eurodeputados, reunidos em sessão plenária em Estrasburgo (França), os dados que tenham obtido sobre o caso, informou à Efe o porta-voz da instituição, Jaume Duch.

As três instituições realizarão neste dia um debate, que já estava previsto, mas que agora assume proporções ainda maiores, sobre as consequências para a privacidade dos cidadãos do programa de espionagem Prism, da NSA, e a importância de avançar na reforma da legislação comunitária sobre proteção de dados.

O Plenário do Parlamento Europeu votará uma resolução sobre esta questão no dia seguinte. A suposta espionagem foi revelada neste fim de semana pela revista alemã "Der Spiegel", que cita documentos do ex-colaborador do serviço secreto americano Edward Snowden.

Segundo a publicação, a NSA espionou as representações da UE e da ONU nos Estados Unidos através de microfones instalados nesses edifícios e por meio da rede de computadores interna conectada a Bruxelas. Além disso, o organismo teve acesso a conteúdos de conversas confidenciais, correios eletrônicos e arquivos dos computadores da UE e da ONU.

A "Der Spiegel" informou também que há cinco anos os especialistas de segurança da UE registraram várias tentativas de ataque cibernético em sua sede de Bruxelas, onde todos os ministros comunitários têm gabinete e conexões na internet.

Os analistas de segurança seguiram a pista desses ataques e localizaram sua origem na sede da Otan, em Bruxelas.

Além da UE e da ONU, a revista revelou em sua edição de hoje que a NSA armazena mensalmente cerca de 500 milhões de conversas telefônicas ou pela internet na Alemanha em operações sistemáticas de espionagem.

Em um dia, a NSA controla aproximadamente 20 milhões de conversas telefônicas e 13 milhões de comunicações na internet, segundo a revista.

O cômputo pode oscilar entre 13 milhões de controles, no Natal de 2012, e 60 milhões, em 7 de janeiro de 2013, aparentemente um dos dias de maior atividade de espionagem.

A publicação afirmou, além disso, que o controle das comunicações é maior no caso da Alemanha do que em outros países europeus, como por exemplo a França, com cerca de dois milhões de casos diários.

O local mais vigiado pela NSA é Frankfurt, capital financeira da UE. A ministra alemã de Justiça, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, expressou hoje sua indignação pelo caso e pressionou Washington a dar explicações sobre o caso.

"Excede todo o imaginável que nossos amigos dos EUA olhem os europeus como inimigos", afirmou a ministra, para quem as acusações, se forem comprovadas, lembram o comportamento "entre inimigos" durante a Guerra Fria. 

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