lampada (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2015 às 07h41.
Em 2009, o professor Raul Rojas decidiu conectar à internet praticamente todos os objetos e utensílios da sua casa em Berlim, na Alemanha.
A ideia era unificar os sistemas de iluminação, de eletrodomésticos, do ar condicionado e até mesmo do forno e fogão, para que eles pudessem ser acionados e desligados remotamente, pelo computador ou smartphone. Apenas as fechaduras da casa não foram conectadas (Rojas temia ficar preso fora de sua residência).
Rojas conseguiu conectar todos os objetos a um único sistema central, unificando protocolos e sistemas operacionais incompatíveis.
Durante quatro anos, tudo funcionou perfeitamente. Rojas apareceu em programas de decoração e tecnologia alemães, que chamavam sua casa de uma das primeiras residências inteligentes do país. O sistema unificado criado pelo professor foi até objeto de artigos acadêmicos na Alemanha.
Mas, certo dia, a casa de Rojas travou. Assim como um computador, sua residência parou de responder a seus comandos. As luzes não acendiam, eletrodomésticos não funcionavam, o sistema de calefação não conseguia ser acionado.
Ao investigar a causa do problema, Rojas descobriu que a culpada era uma lâmpada inteligente.
"Conectei meu laptop à rede e percebi que uma das unidades da casa estava enviando pacotes de informações insistentemente", afirma Rojas ao site Fusion.
Ele percebeu que uma luminária estava queimada e tentava enviar ao sistema central da casa uma notificação dizendo que precisava ser trocada. Mas, ao fazer isso, mandava requisições continuas, sobrecarregando (e, mais tarde, travando) a rede.
Segundo Rojas, a luminária estava realizando um ataque de negação de serviço na própria casa, uma forma não muito sutil de dizer a seu dono: "me troque".
Para o professor de ciência da computação, o que aconteceu é um exemplo dos desafios que os donos de casas conectadas, principalmente os leigos em tecnologia, ainda precisam enfrentar.
"A tecnologia para casas inteligentes ainda é complicada. [A situação pela qual passei] seria terrível para uma pessoa normal. Elas derrubariam a casa tentando encontrar o que estava errado", afirma.