São Paulo – A Nintendo, aparentemente, perdeu a guerra dos games. Nos últimos anos, a empresa japonesa viu ataques fortes tanto na área de consoles (com o Xbox e o Playstation), quanto nos videogames portáteis (os smartphones e tablets parecem tomar conta de boa parte do jogadores casuais).

A mais recente evidência de que a Nintendo está sofrendo com essa nova distribuição é o anúncio dos resultados financeiros do último ano, um prejuízo de 228 milhões de dólares.

O console mais novo da Nintendo, o Wii U, lançado em novembro de 2012, vendeu 6,17 milhões de unidades no mundo, sendo 2,7 milhões no ano passado.

Os concorrentes do Wii U, o Xbox One (da Microsoft) e o Playstation 4 (da Sony) foram lançados somente em novembro de 2013. De lá para cá, o primeiro já vendeu cinco milhões de unidades e o segundo mais de sete milhões. A Sony, portanto, já vendeu mais consoles do Playstation 4 em menos de um semestre do que a Nintendo vendeu Wii Us desde novembro de 2012.

Dentro dos consoles portáteis, a Nintendo enfrenta uma concorrência ainda mais ampla e de outra natureza. Aos poucos, o Nintendo 3DS (o portátil da marca) perde espaço para os jogos de smartphones e tablets. Muitos dos jogos para dispositivos móveis custam poucos dólares ou podem ser baixados de graça. No Brasil, um jogo de Nintendo 3DS sai por cerca de 150 reais.

Números

Os resultados financeiros divulgados pela Nintendo foram abaixo do esperado. Em janeiro deste ano, a empresa disse que esperava que o Wii U fosse fechar o ano fiscal com 2,8 milhões de unidades vendidas—foram vendidos só 2,7 milhões. A expectativa era que o portátil 3DS vendesse 13,5 milhões, mas o ano fechou com 12,2 milhões de vendas.

O prejuízo líquido do último ano fiscal foi de 228 milhões de dólares. O número é uma queda drástica em comparação com o ano passado, quando a empresa faturou 71 milhões de dólares.

Nos próximos anos, a Nintendo deve lutar contra, principalmente, os jogos casuais de tablets e smartphones. A empresa deve também buscar uma maneira de combater com força seus rivais no mercado de consoles, a Microsoft e a Sony.