Tecnologia

Um acidente nuclear sem data para acabar

Contínuo vazamento de água contaminada em Fukushisma ressaltaram em 2013 que a crise nuclear está longe de ser resolvida

Ministro japonês da Indústria, Toshimitsu Motegi, visita a área com os tanques de água contamina na usina nuclear de Fukushima (.)

Ministro japonês da Indústria, Toshimitsu Motegi, visita a área com os tanques de água contamina na usina nuclear de Fukushima (.)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 18h12.

Tóquio - O contínuo vazamento de água contaminada na central de Fukushisma fez todos os alarmes soarem e ressaltaram em 2013 que a crise nuclear está longe de ser resolvida, e que o desmantelamento da usina entrou em uma delicada e decisiva fase.

Quase três anos após um dos piores acidentes nucleares da história, a população de Fukushima continua lutando por controlar problemas como o dos vazamentos, por sua vez continuam os trabalhos para desmontar as danificadas e contaminadas instalações.

As proporções do problema da central do nordeste do Japão fortemente atingida pelo tsunami de 11 de março de 2011 voltou a ficar evidente de uma maneira dramática o agosto passado.

O governo japonês surpreendeu o mundo ao revelar que a central de Fukushima derramava diariamente cerca de 300 toneladas de água radioativa no mar, o que considerou como um problema grave e urgente.

A acumulação de água contaminada se tornou então a questão central na luta dos 3.500 trabalhadores que em duríssimas condições tentam lutar contra os perigos da central acidentada.

A água radioativa aumenta diariamente para cerca de 400 toneladas de água subterrânea que, proveniente das montanhas, se colam nos porões e se misturam com o líquido tóxico.

A preocupação aumentou ainda mais quando duas semanas depois a operadora da central reconheceu que tinha detectado uma fuga de 300 toneladas muito radioativas em um dos 1.000 tanques de armazenamento do líquido radioativo, o que evidenciava um grave problema mais.

Tanto é assim, que as autoridades japonesas deram ao acidente o nível 3 (incidente sério) dentro da escala internacional de fatos atômicos após consultar a situação com o Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O enorme vazamento detectado aconteceu de um dos 350 contêineres, mais econômicos e de rápida fabricação, que se construíram de maneira urgente após o acidente de março de 2011.


Soldados com resina para em vez da solda comum, os tanques foram posteriormente protagonistas de vários vazamentos.

Tudo isso, somado a vários erros humanos, pôs em interdição a gestão da operadora TEPCO, proprietária da central, e o governo japonês anunciou que se envolveria mais na gestão da crise.

Em meio à situação, em 18 de novembro, começou a operação mais delicada desde que foi gerada a crise atômica de Fukushima.

Os operários da central começaram a retirar o combustível gasto do edifício que o reator quatro aloja, um processo que durará cerca de um ano e que abriu a porta a uma nova fase no longo desmantelamento da usina, que acontecerá em menos de três ou quatro décadas.

Enquanto isso, pela segunda vez desde a crise de Fukushima, o Japão voltou a entrar em um período de blecaute nuclear, e ainda mantém vivo o debate sobre este tipo de energia.

A nova greve começou o setembro passado quando se desativaram, para uma revisão rotineira, os dois únicos reatores que se encontravam em funcionamento no país; as unidades 3 e 4 da usina de Oi (oeste do país).

Após a crise de Fukushima e devido aos temores sobre a segurança das usinas nucleares, o Executivo japonês decidiu em maio de 2012 deixar a provisão deste tipo de energia a zero pela primeira vez em 42 anos.

Dois meses depois, em 1º de julho, autorizou no entanto que a usina de Oi retomasse suas operações para garantir o fornecimento na região de Kansai, a segunda mais povoada do país.

Nenhum outro reator foi ativado desde então, embora o atual governo conservador, que chegou ao poder em dezembro de 2012, defenda voltar a apostar em energia nuclear e aprovou provas novas e mais detalhadas de segurança para que as centrais possam ser reativadas.

A iniciativa divide ainda os japoneses, traumatizados com as terríveis consequências do acidente de Fukushima, mas também preocupados com o grande aumento dos custos energéticos no país.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-nuclearesEnergiaEnergia nuclearFukushimaInfraestruturaRetrospectiva 2013

Mais de Tecnologia

Sul-coreanas LG e Samsung ampliam investimentos em OLED para conter avanço chinês

Jato civil ultrapassa barreira do som pela 1ª vez na história

EUA entra para lista de "países sensíveis" da divisão de mapas do Google

Alibaba aposta em IA e diz que supera ChatGPT e DeepSeek