A UE se preocupa com possíveis abusos contra crianças na internet (Andreas Rentz/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 12h57.
Bruxelas - A Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) solicitou nesta terça-feira aos fabricantes de novas tecnologias que se somem aos esforços para protegerem as crianças de possíveis abusos na internet.
Bruxelas lembra que uma a cada três crianças se conecta à rede de telefones celulares e uma a cada quatro através de seus consoles de jogos. Além disso, alerta que a metade dos adolescentes de 13 a 16 anos acessam à internet de seus quartos, o que dificulta o controle dos pais.
"É difícil para os pais vigiarem seus filhos", declarou a comissária europeia de Agenda Digital, Neelie Kroes.
Esta realidade requer, segundo Kroes, "uma maior responsabilidade do setor das tecnologias da informação e da comunicação no momento de oferecer produtos e serviços".
O Executivo da UE abordou o assunto por causa do Dia Internacional por uma Internet Mais Segura, realizado nesta terça-feira em mais 65 países com o lema "Internet é mais que um jogo, é sua vida".
A Comissão se compromete a revisar as recomendações comunitárias sobre proteção ao menor em meios audiovisuais e internet e sobre conteúdos prejudiciais nos videogames.
"A solução não é bloquear a internet, mas ajudar os usuários a utilizar a rede devidamente, algo que é uma responsabilidade dos pais professores e das próprias crianças", assinalou Kroes nesta terça-feira em seu discurso durante um seminário organizado em Bruxelas.
A comissária recomendou, por exemplo, máxima segurança ao criar contas nas redes sociais, dado que 59% das crianças e adolescentes entre 9 e 16 anos têm algum perfil em uma rede social e 26 % têm perfis completamente "públicos", enquanto 14% deles publicam endereço e número de telefone em seus perfis.
A Organização Europeia de Operadores de Telecomunicações (ETNO) anunciou nesta terça-feira a criação de um site com informações e recomendações para elevar o nível de conscientização dos usuários.
"Já que as crianças que usam internet são cada vez mais jovens, nossa missão é fazer a rede mais segura e incluir ferramentas de controle dos pais e oferecer serviços especificamente projetados para crianças", destacou em comunicado o presidente da divisão de proteção da infância de ETNO, Pedro Gonçalves.