Uber: Somente 60% dos rendimentos com Uber são tributados (Uber/Divulgação)
Diogo Max
Publicado em 4 de março de 2017 às 10h57.
Última atualização em 6 de março de 2017 às 11h43.
São Paulo – O polêmico aplicativo Uber enganava as autoridades de locais onde encontrava resistência ou era proibido, de acordo com uma reportagem publicada na última sexta-feira pelo The New York Times.
Segundo o jornal, o Uber usava uma ferramenta chamada de GreyBall ,que recolhia dados do app, para descobrir as autoridades que pudessem fiscalizar os motoristas.
Ainda de acordo a reportagem, a ferramenta era parte de um programa muito maior, chamado de VTOS (Violação dos Termos de Serviço, na tradução da sigla em inglês), que o Uber iniciou em 2014 e o mantém até hoje, basicamente fora dos Estados Unidos.
O New York Times esclarece que o GreyBall e outras técnicas faziam com que o Uber identificasse o fiscal de uma prefeitura, por exemplo, e assim o pudesse enganar, com uma versão falsa do app, cheia de carros "fantasmas".
O jornal classificou esse programa do Uber como um desvio ético e jurídico grave, uma vez que o app se dispõe a evitar a ação de autoridades onde era expressamente proibido.
O programa para sabotar autoridades foi usado em Paris, Boston, Las Vegas, China, Coreia do Sul, Austrália e Itália, de acordo com a reportagem.
Ao New York Times, o Uber afirmou que "o programa nega os pedidos de usuários que estão violando os nossos termos de serviço, sejam eles pessoas que querem atacar motoristas, competidores em busca de prejudicar nossas operações ou rivais que se aliam a autoridades para apanhar motoristas em flagrante".