Tecnologia

Twitter dissolve conselho de confiança e segurança

Desde que assumiu o Twitter em outubro, Musk reduziu a força de trabalho do Twitter de forma radical

Twitter Elon Musk (AFP/AFP Photo)

Twitter Elon Musk (AFP/AFP Photo)

B

Bloomberg

Publicado em 13 de dezembro de 2022 às 16h40.

Após a demissão de vários membros, o Twitter dissolveu seu conselho de confiança e segurança, um grupo de especialistas independentes que dava orientação sobre questões de moderação de conteúdo.

A plataforma, comprada recentemente por Elon Musk, criou o grupo consultivo em 2016 para ajudar a combater temas como exploração sexual infantil, discurso de ódio, assédio, autoagressão e outros problemas na rede social.

Na segunda-feira, membros do conselho receberam um e-mail do Twitter com um “Obrigado” na linha do assunto, informando que o grupo seria dissolvido.

“À medida que o Twitter entra em uma nova fase, estamos reavaliando a melhor forma de trazer ‘insights’ externos para o nosso trabalho de desenvolvimento de produtos e políticas”, dizia o e-mail, de acordo com uma cópia vista pela Bloomberg News. “Como parte desse processo, decidimos que o ‘Trust and Safety Council’ não é a melhor estrutura para fazer isso.”

O Twitter acrescentou que o trabalho para tornar o aplicativo um “lugar seguro e informativo se moverá mais rápido e de forma mais agressiva do que nunca”, e que as ideias dos que faziam parte do conselho continuarão sendo bem-vindas “daqui para frente sobre como atingir esse objetivo”.

 Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo toda manhã no seu e-mail. Cadastre-se na newsletter gratuita EXAME Desperta.

Desde que assumiu o Twitter em outubro, Musk reduziu a força de trabalho do Twitter de forma radical, o que incluiu os responsáveis pela confiança e segurança da plataforma.

A equipe dedicada a identificar e remover conteúdo sobre exploração sexual infantil foi dizimada pelas mudanças, apurou a Bloomberg no mês passado. Musk também tomou suas próprias decisões de conteúdo, como restabelecer contas de usuários que haviam sido suspensas anteriormente.

Na semana passada, três membros do conselho pediram demissão devido à preocupação sobre a capacidade da empresa de policiar a rede social em relação a conteúdo nocivo.

“Está claro pelas evidências de pesquisas que, ao contrário das afirmações de Elon Musk, a segurança e o bem-estar dos usuários do Twitter estão em declínio”, escreveram os ex-membros em comunicado compartilhado no Twitter.

Denton Howard, diretor executivo da INHOPE, uma organização sem fins lucrativos focada no combate a material de abuso sexual infantil online e membro do conselho, disse estar preocupado com o que a mudança significará para a segurança da plataforma.

“Estou triste com isso”, disse em entrevista. “Isso me diz que confiança e segurança não são uma prioridade para eles.”

Howard contou que vários dos “indivíduos muito comprometidos” com quem trabalhou ao longo dos anos já foram demitidos ou pediram demissão, e que não viu nenhum sinal de avanço na abordagem para a exploração sexual infantil na rede social, apesar das afirmações de Musk de que o tema é prioridade.

“É um pouco como dizer que ‘há algo atrás da cortina e não vou dizer o que é ou mostrar o que é’”, destacou. “Adoraria se ele tivesse inventado alguma fórmula mágica” que conseguiu escapar da percepção de todos, diz Howard, mas acrescentou que este não deve ser o caso.

O Twitter não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

LEIA TAMBÉM:

Tesla acumula problemas enquanto Musk está distraído com Twitter

Ação da Tesla nunca ficou tão barata com foco de Musk no Twitter

Acompanhe tudo sobre:Elon MuskTwitter

Mais de Tecnologia

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble

Apple se prepara para competir com Amazon e Google no mercado de câmeras inteligentes