Twitter: CEO da empresa diz que medida busca combater fake news (Kacper Pempel/Illustration/Reuters)
AFP
Publicado em 30 de outubro de 2019 às 18h05.
Última atualização em 30 de outubro de 2019 às 20h50.
O Twitter anunciou, nesta quarta-feira (30), que não irá mais aceitar propaganda política em sua plataforma em nível global, em resposta às crescentes críticas sobre a disseminação de fake news por políticos nas redes sociais.
Em um tuíte, o CEO Jack Dorsey disse que a companhia tomou esta decisão para evitar potenciais problemas derivados de mensagens automáticas, fake news e deepfakes - uma técnica de Inteligência Artificial que permite editar vídeos falsos de pessoas aparentemente reais.
Os analistas não esperam que a medida reduza significativamente os negócios do Twitter, mas suas ações caíram 1,8% nas negociações após o expediente.
As empresas de mídia social, incluindo o rival do Twitter Facebook, enfrentam crescente pressão para parar de veicular anúncios que espalham informações imprecisas.O Facebook prometeu esforços para lidar com a desinformação depois que propaganda russa na plataforma afetou o resultado da eleição presidencial dos EUA em 2016, vencida por Donald Trump.
Mas o Facebook tomou a decisão de não checar os anúncios de políticos, provocando a ira de candidatos democratas nas eleições presidenciais de 2020, como o ex-vice-presidente Joe Biden e a senadora Elizabeth Warren.
"Agradecemos que o Twitter reconheça que eles não devem permitir que difamações não comprovadas, como as da campanha de Trump, apareçam em anúncios em sua plataforma", disse Bill Russo, vice-diretor de comunicações da campanha de Biden, em comunicado por e-mail.
A proibição do Twitter entra em vigor em 22 de novembro. Dorsey escreveu no Twitter que pagar por anúncios força "mensagens políticas direcionadas às pessoas" com um poder que "traz riscos significativos para a política, podendo ser usado para influenciar os votos e afetar a vida de milhões de pessoas".
Brad Parscale, que cuida da campanha de reeleição de Trump, descreveu a ação do Twitter como uma "tentativa de silenciar os conservadores" e "uma decisão muito idiota" para os acionistas da empresa.
(Com AFP e Reuters)