Auditoria mostra que, em 2010, o consumidor brasileiro precisava desembolsar R$ 6.000 com TV 42’’ 3D, Blu-Ray 3D e um filme 3D. O valor desse pacote caiu pela metade em 2012: R$ 3.000 (Realtor.com)
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2013 às 09h08.
São paulo - Os hardwares (TV, DVD e Home Theater) tiveram, entre 2010 e 2012, uma queda de preço três vezes maior do que a observada nos softwares (filmes/mídias) vendidos no Brasil.
Essa é uma das conclusões do estudo realizado pela GfK – quarta maior empresa de pesquisa de mercado do mundo – que foi divulgado na segunda etapa da 9ª Conferência Anual GfK Consumer Choice “Tecnologia e Entretenimento no Brasil – O que Busca o Consumidor Brasileiro?”.
A auditoria mostra que, para viver a experiência da tecnologia 3D em 2010, o consumidor brasileiro precisava desembolsar R$ 6.000 com TV 42’’ 3D, Blu-Ray 3D e um filme 3D. O valor desse pacote caiu pela metade em 2012: R$ 3.000.
“Quando analisamos a erosão de preços de cada um desses itens, fica claro que quem está puxando o preço para baixo é principalmente o televisor - com erosão de 57% - e o Blu-Ray - com queda de 54%. O valor da mídia caiu apenas 17%”, explica Gisela Pougy, Diretora de Unidade de Negócio da GfK.
Segundo ela, a limitação de títulos disponíveis também provoca um avanço menos acelerado das mídias no Brasil em relação aos equipamentos. Para se ter uma ideia, dos 3 mil títulos Blu-Ray disponíveis, apenas 129 são 3D. Já os títulos para DVD convencional somam 27 mil.
Hardware X Software
A análise da GfK revela que os filmes destinados a Blu-Ray 3D (que tiveram erosão de -17% entre 2010 e 2012), passaram de R$ 99 a R$ 82. Para migrar de uma mídia convencional (o DVD convencional que hoje custa em média R$ 22) para o Blu-Ray, o consumidor precisa desembolsar 145% a mais ou R$ 30. Porém, se ele quiser adquirir um Blu-Ray 3D, o custo será de 270% a mais ou R$ 60. Em países da Europa, como França, Espanha e Alemanha, a diferença de preço entre um DVD comum e um Blu-Ray não passa de 60%.
Nas TVs de Tela Fina a erosão no preço entre 2010 e 2012 foi de -57% para modelos LED 3D 42’’(principal tamanho de tela do mercado), com custo médio atual de R$ 2.049. Para adquirir uma TV desse tipo e abandonar a TV LED convencional o consumidor precisa pagar 20% a mais ou R$ 300.
Entre 2010 e 2012 é possível constatar a forte erosão no preço do DVD Player (-54% custando R$ 119); Blu-Ray Player (-49% sendo vendido por R$ 299); e Blu-Ray Player 3D (-54% a um preço médio de R$ 479). O valor incremental de um DVD Player para um Blu-Ray Player, caso o consumidor queira fazer essa troca, é de 300% ou R$ 360.
A erosão muito mais acentuada nos equipamentos se repete nos Home Theater: entre 2010 e 2012 houve queda de -35% nos preços do HT convencional; -73% no HT Blu-Ray; e -49% no HT Blu-Ray 3D. Para migrar de um HT convencional para um 3D é preciso pagar mais 150% ou R$ 780. O estudo mostra ainda que 32% do faturamento com as vendas de Home Theater no Brasil foi pela tecnologia 3D. “O consumidor quer ter a melhor experiência de áudio e vídeo quando procura um Home Theater, por isso investe em uma tecnologia mais elaborada”, explica Gisela.
No acumulado de vendas entre dezembro de 2009 até dezembro de 2012, o país já soma 1,7 milhão de televisores 3D sendo apenas 400 mil Blu-Ray Players 3D , 280 mil Home Theaters 3D e 330 mil filmes 3D.
TVs Conectadas: 21% das vendas
A auditoria da GfK mostra que de todas as TVs vendidas hoje no Brasil, 21% têm acesso à internet. Para migrar de uma TV LED para uma LED com acesso à internet 42’’ o consumidor desembolsa apenas 10% a mais ou R$ 170, o que facilita a expansão das TVs conectadas.
Hábitos de compra
Em outubro de 2012, a GfK realizou uma pesquisa com o consumidor que revelou os produtos mais presentes nas residências: televisão, celular e computador. Os itens que predominavam nas intenções de compra para os próximos 6 meses eram tablet, notebook e televisores. Home Theater e Blu-Ray, além de terem baixa penetração entre os consumidores, não figuraram entre os itens mais desejados.
“A pesquisa mostrou que, na hora da compra do televisor, o consumidor desejava, em primeiro lugar, aquele com melhor resolução de imagem. No home theater, o consumidor desejava como principal atributo de compra ter entrada USB apareceu como fator essencial na decisão de compra, o que mostra a intenção de baixar conteúdos da internet para conectar à TV ou ao computador. Já para comprar o Blu-Ray o consumidor exigia que o aparelho lesse todos os formatos de vídeo, o que indica também a intenção de praticar a pirataria”, avalia Gisela.