Tecnologia

Tribunal do Irã intima Mark Zuckerberg

Um tribunal emitiu uma intimação contra o fundador do Facebook relacionada ao crime de violação de intimidade


	Mark Zuckerberg : Zuckerberg foi intimado após várias denúncias de iranianos
 (David Paul Morris/Bloomberg)

Mark Zuckerberg : Zuckerberg foi intimado após várias denúncias de iranianos (David Paul Morris/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2014 às 10h41.

Teerã - Um tribunal da Província de Fars, no Irã, emitiu uma intimação contra Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, relacionada ao crime de violação de intimidade, informou nesta terça-feira a agência iraniana "Isna".

De acordo com a fonte, Zuckerberg foi intimado a declarar no curso de uma investigação sobre várias denúncias de iranianos por violações de seu direito à privacidade.

Embora o Facebook seja bloqueado no país, milhões de iranianos possuem perfil nesta rede social.

No entanto, para justiça da república islâmica, a queixa não se relaciona com a rede social, mas sim com os aplicativos WhatsApp e Instagram, ambos de propriedade do Facebook.

Ruhollah Momem Nasab, diretor-adjunto da divisão da internet do Ministério de Cultura e Orientação Islâmica do Irã, assegurou à agência citada que Zuckerberg terá que se defender da acusação de que os aplicativos violaram a privacidade de vários denunciantes.

"Com base nas ordens do juiz, o presidente sionista do Facebook (em referência à origem judaica de Zuckerberg) ou seu advogado deverá comparecer perante a corte para se defender ou compensar pelos danos causados. Esta é a prática comum no mundo todo", assinalou.

De acordo com Nasab, além de intimar o fundador do Facebook, o tribunal de "Fars" também ordenou a proibição dos dois aplicativos, que, em breve, deverão ser bloqueados.

Na última semana, a justiça iraniana já havia ordenado a proibição do Instagram pela suposta violação da privacidade que representa.

A decisão, que também não foi imposta até o momento, foi recebida com duras críticas pelos internautas iranianos, que passaram a usar a hashtag #IranNetFreedom para exigir mais liberdade na rede da república islâmica.

No mês de abril, o Grupo de Trabalho de Determinação do Conteúdo Criminal Online ordenou o bloqueio do aplicativo Whatsapp por sua relação com o Facebook, rede social que foi proibida no Irã após os protestos populares contra a polêmica reeleição de Mahmoud Ahmadinejad em 2009.

No entanto, o presidente iraniano, Hassan Rohani, que se mostra partidário de uma maior liberdade na Internet, cancelou a decisão do grupo de controle no início deste mês e liberou o acesso ao Whatsapp.

O Irã impede o acesso a dezenas de aplicativos e a cerca de 5 milhões de páginas na internet, embora muitos iranianos consigam burlar essa limitação com programas antifiltros, VPN e navegadores seguros que fornecem um novo endereço de IP.

Vários membros do governo de Rohani, como o titular das Relações Exteriores, Mohamad Yavad Zarif, e o ministro da Cultura, Ali Yanatí, transgridem os desejos dos mais conservadores e mantêm contas no Facebook ou Twitter.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaFacebookInternetIrã - Paísmark-zuckerbergPersonalidadesPrivacidadeRedes sociais

Mais de Tecnologia

Segurança de dados pessoais 'não é negociável', diz CEO do TikTok

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble