A Anatel estipula que até 5% das conexões de dados e 2% das de voz podem ser interrompidas antes de concluídas (Marcos Santos/USP Imagens)
Maurício Grego
Publicado em 26 de julho de 2013 às 16h38.
São Paulo -- A Anatel divulgou, hoje, um relatório sobre a qualidade da telefonia celular de fevereiro a abril. Ele compara as principais operadoras -- Claro, Oi, TIM e Vivo -- e diz que as quatro melhoraram em qualidade nesses três meses. Ainda assim, Oi, TIM e Vivo ficaram abaixo das metas de conexão de dados estabelecidas pela agência.
Segundo a Anatel, a Oi continua sendo a operadora com mais reclamações registradas na Anatel por grupo de mil assinantes. Em abril, foram 0,64 queixas para cada mil usuários, contra 0,47 da Claro, 0,36 da TIM e 0,32 da Vivo.
Quando se medem as reclamações registradas pela própria operadora, a recordista é a Claro, com 23 ocorrências para cada mil usuários em abril. Em seguida vêm Vivo, com 10 reclamações; Oi com 9; e TIM, em melhor situação, com 7 queixas por grupo de mil assinantes.
A TIM, porém, é a lanterninha em outro indicador: o percentual de ligações interrompidas antes de serem concluídas, conhecido como taxa de desconexão. Em abril, segundo a Anatel, 1,14% das chamadas feitas pela TIM caíram. A taxa da Vivo foi 0,99%. Claro e Oi quase empataram com 0,68% e 0,66%, respectivamente. A taxa de desconexão de voz máxima aceita pela Anatel é 2%.
Embora a agência enfatize que as operadores têm feito progressos, nota-se que os serviços de comunicação de dados estão um degrau abaixo dos de voz em qualidade. A Anatel estabelece que 98% das conexões devem ser completadas, mas só a Claro atingiu essa meta, chegando a quase 99%. As outras três operadoras ficaram em torno de 96%.
A taxa de desconexão de dados também foi avaliada pela Anatel. A meta da agência admite até 5% de ligações de dados interrompidas (número que parece elevado demais do ponto de vista do consumidor).
Em abril, a Vivo teve o pior desempenho nesse quesito, 1,68%, quase empatada com a TIM, que teve 1,66%. A Claro vem logo em seguida com 1,57% de ligações de dados interrompidas. A Oi se saiu melhor nesse item, com 1,11%.
Quando se consideram só as conexões 2G, só a Claro ficou dentro da meta de 5% de desconexão. Mas a Anatel observa que há migração de assinantes de redes 2G para 3G. Entre agosto de 2012 e abril de 2013, o número de acessos 2G diminuiu 8 milhões, enquanto o número de linhas 3G aumentou 14 milhões.
As conexões 4G ainda não aparecem nas contas, já que, em abril, havia apenas 48,5 mil acessos desse tipo no país. O número é insignificante perto das 265 milhões de linhas de celular ativas naquele mês. Desse total, 71 milhões transmitem também dados, número que cresceu 723% em quatro anos.