tim cook (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2015 às 06h54.
O presidente da Apple Tim Cook nunca escondeu seu desdém por serviços online que pedem dados pessoais de seus usuários (leia-se: Facebook e Google). Mas, na noite da terça-feira (3), Cook talvez tenha feito seus comentários mais fortes sobre o tema.
Cook falou durante um jantar em Washington, oferecido pelo Centro de Informação sobre Privacidade Eletrônica (EPIC, na sigla em inglês), que deu a ele o prêmio de "defensor da liberdade" por seu papel como executivo da Apple.
"Nossa privacidade está sendo atacada em diversos fronts", disse Cook durante seu discurso, transmitido a partir de uma gravação.
"Falo diretamente do Vale do Silício, onde algumas das empresas mais importantes e bem sucedidas construíram seus negócios fazendo seus clientes deixarem de se importar com suas informações pessoais. Elas estão pegando tudo que podem aprender sobre você e tentando monetizar isso. Achamos que isso é errado. Esse não é o tipo de empresa que a Apple quer ser", afirmou.
Os comentários de Cook são direcionados a empresas que oferecem sua plataforma a anunciantes que podem direcionar sua publicidade aos usuários desses sites e redes sociais. Sobrou até para o recém-lançado Google Photos, serviço que armazena e organiza as fotos do usuário.
"Você pode gostar desses serviços supostamente gratuitos, mas nós não achamos que vale a pena que eles tenham seu e-mail, histórico de buscas e agora até mesmo as fotos da sua família vendidas para Deus-sabe-lá qual objetivo publicitário."
Cook também usou seu discurso para reiterar sua oposição à criação de um sistema de back door para que autoridades consigam superar as barreiras de criptografia criadas pelas empresas de tecnologia para protegerem os dados de seus usuários.
"Se você coloca a chave embaixo do tapete para os policiais, os bandidos também poderão achá-la", afirmou o presidente da Apple.
Fonte: EPIC