TikTok: aplicativo da Bytedance enfrenta o litígio de autoridades americanas (Getty Images/Getty Images)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 19 de agosto de 2020 às 12h55.
Última atualização em 19 de agosto de 2020 às 13h00.
O TikTok anunciou nesta semana a criação de um website para combater a disseminação de notícias falsas sobre a plataforma. É uma estratégia de defesa contra rumores de que a Bytedance, empresa chinesa que comanda o aplicativo, teria ligações com o governo chinês e, inclusive, cederia dados dos usuários para as autoridades.
Contra-atacar esses rumores é uma forma do TikTok se armar para uma briga contra as autoridades de segurança dos Estados Unidos. Nos últimos meses, órgãos americanos, além do próprio presidente Donald Trump, acusaram a companhia chinesa de espionagem. Isso fez com que o aplicativo entrasse em litígio nos EUA e tivesse seu futuro incerto no país.
O novo site do TikTok entrou no ar na segunda-feira (17) junto com uma nova conta da empresa no Twitter. Um comunicado informa que a página é focada em “esclarecer as coisas” e que o site deverá servir, assim, como “um centro de informações para servir como fonte da verdade” para compartilhar notícias sobre a empresa.
✔️no political misinfo
✔️no health misinfo
✔️no census or voting misinfo
✔️no manipulated mediaSee how TikTok stacks up when it comes to countering misinformation https://t.co/BJjjWhqicg via @ConsumerReports
— TikTok_Comms (@tiktok_comms) August 14, 2020
Em um primeiro momento, o site tenta esclarecer algumas das informações que rondam a internet sobre o TikTok. A companhia nega que o aplicativo esteja disponível na China, diz que os dados de usuários dos EUA estão armazenados em território americano com um backup em Cingapura e afirma que nunca forneceu quaisquer dados ao governo chinês e nem o faria.
Em relação ao TikTok não estar disponível no mercado chinês, é preciso lembrar que esse aplicativo em questão, com esse nome e design, realmente não pode ser baixado na China. Entretanto, a Bytedance trabalha com um aplicativo extremamente semelhante ao TikTok para o mercado chinês, chamado Douyin.
Ainda não se sabe se o novo site vai publicar notícias que possam ser consideradas negativas para a companhia. A companhia diz que essa não é uma página para a cobertura diária da imprensa sobre a empresa, mas para combater as notícias falsas que afetam o serviço. O site conta com diversos links com fontes de notícias e especialistas que trazem pontos a favor das causas defendidas pelo TikTok.
Vale lembrar que o TikTok pode ser comprado por uma empresa americana nas próximas semanas e qualquer notícia negativa poderia desvalorizar o negócio. Microsoft, Twitter e mais recentemente a Oracle são algumas das companhias interessadas na aquisição.