(shironosov/Thinkstock)
Victor Caputo
Publicado em 10 de novembro de 2016 às 08h00.
Última atualização em 10 de novembro de 2016 às 08h00.
São Paulo – Como um supercomputador é capaz de auxiliar no desenvolvimento de novos produtos da área de dermatologia?
Uma parceria entre a IBM e a TheraSkin, empresa de medicamentos dermatológicos e dermocosméticos, traz a resposta. O Watson, o supercomputador da IBM, está auxiliando pesquisadores da TheraSkin no desenvolvimento de novos produtos.
Para isso, eles estão usando a plataforma IBM Watson for Drug Discovery (Watson para descoberta de medicamentos). Ela é um dos possíveis usos no campo da saúde que a empresa americana criou para seu supercomputador.
Os testes estão acontecendo a apenas dois meses, mas a TheraSkin já aprova a parceria com Watson. “Um pesquisador demora alguns dias para vasculhar papers científicos. O Watson faz isso em questão de minutos e em um volume muito maior de dados”, falou a EXAME.com Deli Oliveira, gerente de pesquisa, desenvolvimento e inovação da TheraSkin.
Eduardo Cipriani, líder da divisão de saúde de Watson no Brasil, é mais categórico. “O Watson faz em três minutos o que um time de pesquisadores faz em um ano de trabalho”, diz.
Isso traz uma mudança importante na dinâmica do pesquisador. O tempo que não é gasto com a parte mais burocrática da pesquisa, pode ser usado em questões importantes que mereçam maior dedicação.
Com isso em mente, outro impacto é ainda mais óbvio: menor tempo de desenvolvimento representa queda nos preços finais dos produtos.
“O Watson é uma ferramenta de empoderamento do pesquisador”, resume Cipriani. “Ele vai permitir que o cientista faça uma pesquisa em milhões de artigos para chegar a um novo foco.”
Deli Oliveira espera que o uso da tecnologia agite um pouco o mercado de farmacodemartologia. De acordo com ele, pouca inovação tem sido vista nos últimos anos. A inteligência de Watson nesse jogo pode trazer novos e importantes resultados.
“Grandes inovações saem de tentativas de se encontrar algo, mas que trazem um resultado diferente no final das contas. O Viagra é um grande exemplo disso”, explica.
Esse não é o primeiro esforço do supercomputador Watson em questões relacionadas à saúde.
Ele tem sido usado em pesquisas de oncologia, análise de evidências científicas, entre outros campos. Em um caso emblemático do Japão, o Watson foi capaz de diagnosticar uma forma rara de leucemia em uma paciente.
No Brasil, a computação cognitiva da IBM já está sendo aplicada pela rede de medicina diagnóstica Fleury. Um dos objetivos tem sido extrair dados de literatura médica, além de identificar medicamentos e ensaios clínicos relevantes.